Descobri há bocado que a pilha de folhas com listas de to-do desapareceu da minha mesa. Seriam mais de dez, cheias de linhas e apontamentos à margem, frases riscadas e outras marcadas com uma moldura, algumas vinham já da década passada.
Ainda não consegui decidir se isto é uma desgraça ou uma benção...
22 dezembro 2015
variações sobre a surpresa dos dias
Uma pessoa tira os olhos do computador e põe-nos (assim por cima do ombro, como quem não quer a coisa) na janela, agarra na máquina fotográfica, foca acima dos telhados, e faz de conta que amanheceu em África.
E um nadinha mais tarde (esta vida em África é muito stressante, a paisagem muda constantemente):
Variações sobre um tema:
E um nadinha mais tarde (esta vida em África é muito stressante, a paisagem muda constantemente):
21 dezembro 2015
o Natal mais quente de sempre
Diz que este ano vamos ter o Natal mais quente desde que se começou a registar a temperatura.
Acredito, e não me admiro: no sábado estivemos a grelhar e a comer ao ar livre com os vizinhos, como no verão passado. E na sexta festejámos o aniversário do Joachim com a projecção de um clássico (Die Feuerzangenbowle) ao ar livre. Na Alemanha, este é um filme tipo do-along: quando eles bebem o vinho quente nós também bebemos, quando fazem uma experiência de química nós acendemos sparklers, etc.
(A primeira vez que o vi, há quase trinta anos, fiquei muito surpreendida pelo aroma a vinho quente que se espalhava pela sala de cinema sempre que mostravam o caldeirão. Pensei - confesso que é muito triste ser nova... - que seria um cinema com efeitos especiais, para além da imagem e do som.
Mas era apenas o público a abrir a sua garrafa térmica e a servir-se de Glühwein.)
Tudo isto é divertido - mas deixa-me apreensiva. A continuar assim, aonde é que vamos parar?
E que vou fazer a todos os casacos de penas e às botas de pêlo de ovelha? Levei-os hoje para passearem um bocadinho, e regressei a casa a transpirar.
Acredito, e não me admiro: no sábado estivemos a grelhar e a comer ao ar livre com os vizinhos, como no verão passado. E na sexta festejámos o aniversário do Joachim com a projecção de um clássico (Die Feuerzangenbowle) ao ar livre. Na Alemanha, este é um filme tipo do-along: quando eles bebem o vinho quente nós também bebemos, quando fazem uma experiência de química nós acendemos sparklers, etc.
(A primeira vez que o vi, há quase trinta anos, fiquei muito surpreendida pelo aroma a vinho quente que se espalhava pela sala de cinema sempre que mostravam o caldeirão. Pensei - confesso que é muito triste ser nova... - que seria um cinema com efeitos especiais, para além da imagem e do som.
Mas era apenas o público a abrir a sua garrafa térmica e a servir-se de Glühwein.)
Tudo isto é divertido - mas deixa-me apreensiva. A continuar assim, aonde é que vamos parar?
E que vou fazer a todos os casacos de penas e às botas de pêlo de ovelha? Levei-os hoje para passearem um bocadinho, e regressei a casa a transpirar.
19 dezembro 2015
"you are you"
Entre as fotos que a UNICEF escolheu para "foto do ano 2015", encontro esta, com referência a um campo de férias muito especial. A fotógrafa, Lindsay Morris, chama-lhe simplesmente "you are you": um lugar onde os rapazes não são obrigados a comportar-se como se espera que rapazes se comportem. Num ambiente protegido, rodeados pela família, os miúdos podem vestir-se e portar-se como lhes apetece, sem serem vítimas de crítica ou de tentativas de classificação.
Falamos tanto sobre as raparigas serem vítimas de determinados conceitos de género, e raramente nos ocorre o sofrimento de um rapaz obrigado a portar-se como um rapaz. Neste ponto, a assimetria joga claramente contra os rapazes: a nossa sociedade convive facilmente com uma "maria rapaz" (e até lhe confere um certo charme, como a Zé, dos livros dos Cinco), mas ridiculariza e persegue um "manuel rapariga".
A propósito, lembro o comentário de um amigo meu, cirurgião em Hamburgo, que tem frequentemente casos de operações urgentes a pessoas vítimas de acidentes: "vocês nem calculam a quantidade de homens que andam por aí com roupa interior feminina".
18 dezembro 2015
pura vida - um crocodilo perto de si
[Continuação da série "pura vida", começada em Maio, sobre uma viagem feita em Abril. Por este andar, talvez em 2017 escreva sobre as férias de 2013 na Bolívia e no Peru, e termine em 2019 a série "EUA 2009", para comemorar a passagem da década...]
O Matthias perguntou no hotel se podíamos tomar banho no rio que há no caminho das praias.
"Sim", foi a resposta, "tem alguns crocodilos, mas são boa gente. No máximo tiram-te uma perna ou um braço". O Matthias riu-se, eu achei que o humor tipo pura vida era muito engraçado, agarrámos nos fatos de banho e no piquenique e pusemo-nos a caminho. Eles entraram na água, eu tive preguiça de descer pelas pedras íngremes e de subir de novo. Brincaram debaixo da ponte, subiram o rio para além da curva na floresta. Depois regressaram com os pés feridos pelas rochas finas, e ficámos por ali a saborear a beleza da paisagem. Até que apareceu um casal para pescar à linha, e sentaram-se ao pé de nós. Contaram que pescam ali todos os dias e que precisam de iscos diferentes para cada tipo de peixe, e que desta vez traziam camarões frescos, apanhados no mar com uma folha de palmeira ("é muito fácil: mergulhas a folha no mar por uns vinte minutos, e depois tiras repentinamente - vem cheia de camarões"). Eu só me perguntava para que é que estavam a pescar se já tinham os camarões, mas entretanto lembrei-me do ceviche de pescado, e optei por ficar calada. Depois falaram do crocodilo que vivia ali, que tem um metro e oitenta, e que no dia anterior tinha passado a tarde toda no espaço verde a seguir às rochas. E que há mais alguns, serão cinco ao todo. Não costumam atacar os humanos porque encontram no mar todo o peixe de que precisam para matar a fome.
"Não costumam", disse ele. Gulp.
"Sim", foi a resposta, "tem alguns crocodilos, mas são boa gente. No máximo tiram-te uma perna ou um braço". O Matthias riu-se, eu achei que o humor tipo pura vida era muito engraçado, agarrámos nos fatos de banho e no piquenique e pusemo-nos a caminho. Eles entraram na água, eu tive preguiça de descer pelas pedras íngremes e de subir de novo. Brincaram debaixo da ponte, subiram o rio para além da curva na floresta. Depois regressaram com os pés feridos pelas rochas finas, e ficámos por ali a saborear a beleza da paisagem. Até que apareceu um casal para pescar à linha, e sentaram-se ao pé de nós. Contaram que pescam ali todos os dias e que precisam de iscos diferentes para cada tipo de peixe, e que desta vez traziam camarões frescos, apanhados no mar com uma folha de palmeira ("é muito fácil: mergulhas a folha no mar por uns vinte minutos, e depois tiras repentinamente - vem cheia de camarões"). Eu só me perguntava para que é que estavam a pescar se já tinham os camarões, mas entretanto lembrei-me do ceviche de pescado, e optei por ficar calada. Depois falaram do crocodilo que vivia ali, que tem um metro e oitenta, e que no dia anterior tinha passado a tarde toda no espaço verde a seguir às rochas. E que há mais alguns, serão cinco ao todo. Não costumam atacar os humanos porque encontram no mar todo o peixe de que precisam para matar a fome.
"Não costumam", disse ele. Gulp.
17 dezembro 2015
será que vão mandar a conta ao aniversariante?
O google celebra hoje o 245º aniversário do Beethoven com um doodle interactivo - e muito divertido.
Muito gostava eu de saber quantos milhões de horas de produtividade perdida se podem imputar hoje ao google...
(10 minutos, eu)
(e mais nem digo quantos a pôr outra vez as folhas fora da ordem, e a apreciar a obra resultante)
(carregar na imagem para ir para o doodle)
15 dezembro 2015
14 dezembro 2015
jovem conservador de direita
Estava capaz de apostar que sei quem é o Jovem Conservador de Direita que anda a agitar o facebook.
O rapaz parece o Fernando Pessoa do humor: consegue criar personagens de uma solidez à prova da interactividade e do tempo.
(E depois, não sei de quem tenha mais pena: se do pessoal de esquerda que se espalha completamente na discussão com um gajo de esquerda que faz de conta que é de direita, se do pessoal de direita que pensa que tem no Jovem Conservador um bom rapazinho que infelizmente exagera bastante e até de modo embaraçoso na defesa das suas ideias.)
Um exemplo:
O rapaz parece o Fernando Pessoa do humor: consegue criar personagens de uma solidez à prova da interactividade e do tempo.
(E depois, não sei de quem tenha mais pena: se do pessoal de esquerda que se espalha completamente na discussão com um gajo de esquerda que faz de conta que é de direita, se do pessoal de direita que pensa que tem no Jovem Conservador um bom rapazinho que infelizmente exagera bastante e até de modo embaraçoso na defesa das suas ideias.)
Um exemplo:
13 dezembro 2015
Festa de Natal dos Portugueses em Berlim - é hoje!
Tudo a postos para receber os portugueses na Representação de Baden-Württemberg.
Podia falar do palco com todo o equipamento de som instalado, podia falar dos filmes que vamos passar, da bandeira de Portugal, dos pinheirinhos de Natal, podia falar das mesas com toalhas garridas para as pessoas se sentarem a comer calmamente, podia falar do grupo de concertinas que já está a caminho, vindo de Hamburgo, e das expectativas que tenho sobre o ensaio da dança folclórica. Podia falar do profissionalismo e da extraordinária simpatia das pessoas da Representação: têm trabalhado imenso para nos ajudar, dão voltas à cabeça e à casa para realizarem os nossos desejos, e ainda se riem connosco (como ontem, quando lhes pedimos um martelo de madeira para o leilão, e nos arranjaram mil objectos, uns ainda mais improváveis que os outros). Podia falar do enorme apoio que a Embaixada e o Instituto Camões nos têm dado, a todos os níveis. Falaria ainda dos patrocinadores sem os quais nada disto teria sido possível, e em especial de um deles, que nos contactou para lembrar que nos queria dar apoio e portanto tínhamos de o pedir, e nos ajudou imenso a divulgar a festa (é para ele o prémio "patrocinador do ano"!). Não esqueceria os voluntários que têm trabalhado connosco, e hoje vão perder a festa para servir a comunidade.
Podia falar do palco com todo o equipamento de som instalado, podia falar dos filmes que vamos passar, da bandeira de Portugal, dos pinheirinhos de Natal, podia falar das mesas com toalhas garridas para as pessoas se sentarem a comer calmamente, podia falar do grupo de concertinas que já está a caminho, vindo de Hamburgo, e das expectativas que tenho sobre o ensaio da dança folclórica. Podia falar do profissionalismo e da extraordinária simpatia das pessoas da Representação: têm trabalhado imenso para nos ajudar, dão voltas à cabeça e à casa para realizarem os nossos desejos, e ainda se riem connosco (como ontem, quando lhes pedimos um martelo de madeira para o leilão, e nos arranjaram mil objectos, uns ainda mais improváveis que os outros). Podia falar do enorme apoio que a Embaixada e o Instituto Camões nos têm dado, a todos os níveis. Falaria ainda dos patrocinadores sem os quais nada disto teria sido possível, e em especial de um deles, que nos contactou para lembrar que nos queria dar apoio e portanto tínhamos de o pedir, e nos ajudou imenso a divulgar a festa (é para ele o prémio "patrocinador do ano"!). Não esqueceria os voluntários que têm trabalhado connosco, e hoje vão perder a festa para servir a comunidade.
A verdade é que sinto uma enorme gratidão pela rede de pessoas que nos envolve. Sem elas, esta festa não seria possível.
Podia falar disso, e de muito mais. Mas digo apenas: caldo verde, bacalhau com natas, arroz de polvo, jardineira, feijoada, rissóis, bolinhos de bacalhau, arroz doce, pastéis de nata, espero não me estar a esquecer de nada. Tenho andado a avisar por aí que é melhor chegarem logo à uma da tarde, porque às duas eu já comi tudo. Mas é um exagero, claro. Há tanta comida, que acho que só por volta das cinco da tarde é que a terei conseguido aviar toda.
Podia falar disso, e de muito mais. Mas digo apenas: caldo verde, bacalhau com natas, arroz de polvo, jardineira, feijoada, rissóis, bolinhos de bacalhau, arroz doce, pastéis de nata, espero não me estar a esquecer de nada. Tenho andado a avisar por aí que é melhor chegarem logo à uma da tarde, porque às duas eu já comi tudo. Mas é um exagero, claro. Há tanta comida, que acho que só por volta das cinco da tarde é que a terei conseguido aviar toda.
missa cantada
Ontem passei a tarde na Representação de Baden-Württemberg, nos preparativos para a festa de Natal dos Portugueses em Berlim, que é hoje.
Para não ficar sozinho em casa, o pobre do Fox passou a tarde à espera dentro do carro (que ainda estava a cheirar ao bacalhau, diga-se de passagem).
Depois do trabalho feito, fui comprar umas coisas que faltavam, e aproveitei para deixar um fato da Christina na Filarmonia (não perguntem...). Como o pobre do Fox tinha passado a tarde fechado no carro, levei-o comigo, sem perguntar se é proibido ou permitido. Com tanto azar, que à saída nos cruzámos com o Simon Rattle. Ele entrou no seu minibus (parece-me que anda sempre em grupo) e eu fui à minha vida com o Fox e com pressa e com tanto azar que atravessámos a rua a correr mesmo em frente ao minibus do Rattle. Se me tivessem atropelado, tinha de ser ele a fazer-me a missa cantada.
(Era bem giro, mas agora não me dava jeito. A ver se daqui a 50 anos arranjo de ser atropelada por ele. Vou já fazer a listinha das músicas que quero, além do requiem de Mozart e assim.)
Para não ficar sozinho em casa, o pobre do Fox passou a tarde à espera dentro do carro (que ainda estava a cheirar ao bacalhau, diga-se de passagem).
Depois do trabalho feito, fui comprar umas coisas que faltavam, e aproveitei para deixar um fato da Christina na Filarmonia (não perguntem...). Como o pobre do Fox tinha passado a tarde fechado no carro, levei-o comigo, sem perguntar se é proibido ou permitido. Com tanto azar, que à saída nos cruzámos com o Simon Rattle. Ele entrou no seu minibus (parece-me que anda sempre em grupo) e eu fui à minha vida com o Fox e com pressa e com tanto azar que atravessámos a rua a correr mesmo em frente ao minibus do Rattle. Se me tivessem atropelado, tinha de ser ele a fazer-me a missa cantada.
(Era bem giro, mas agora não me dava jeito. A ver se daqui a 50 anos arranjo de ser atropelada por ele. Vou já fazer a listinha das músicas que quero, além do requiem de Mozart e assim.)
11 dezembro 2015
"jornalismo" no seu pior: "Volkswagen culpa falta de ética de trabalhadores pela fraude das emissões de gases"
(foto)
Esta semana, numa conferência de imprensa, os chefes da VW reconhecem erros graves no funcionamento da empresa e anunciam mudanças estruturais em curso, incidindo tanto nos processos como na mentalidade da empresa, mas o Jornal de Notícias não tem mais que fazer senão produzir este título: "Volkswagen culpa falta de ética de trabalhadores pela fraude das emissões de gases".
O resultado é as redes sociais infestadas de comentários sobre "quem se lixa é o mexilhão", "por este andar daqui a nada o culpado é o porteiro", "ganham milhões e nem sequer se responsabilizam pelas asneiras que fazem".
Um pequeno resumo do que está em causa: a VW fez uma trafulhice monumental. Quando se descobriu, o seu presidente executivo foi para a rua, e foi nomeado outro, escolhido entre a prata da casa (talvez fosse mais adequado dizer "a lata da casa").
Os danos calculam-se nos muitos milhares de milhões, sem contar a perda da imagem. Note-se que, se a VW falhar, não apenas a economia alemã vai ao charco, como haverá repercussões gravíssimas em muitas outras economias, nomeadamente a portuguesa.
O que foi importante na conferência de imprensa dada esta semana:
- Reconhecer que houve uma cadeia de falhas que levou a esta situação, e que ia desde a falta de comunicação à existência de uma inaceitável prática de tolerância nos processos;
- Revelar que o erro começou em 2005, com a decisão das chefias de avançar para o mercado americano, sem terem consciência de que os carros não cumpriam as normas, e sem haver nas bases da hierarquia alguém que tivesse coragem de informar sobre essa impossibilidade (não disseram, mas a gente percebe a cena nas entrelinhas: os directores completamente vidrados naquele objectivo, e ninguém a um nível mais baixo com coragem para lhes dizer que não é possível. O pessoal obedeceu à máxima "não me tragam problemas, tragam-me soluções", e arranjou maneira de cumprir os objectivos dos chefes. Mal ou bem, fizeram o que lhes era pedido: vender carros a gasóleo no mercado americano. Pode ter sido assim. Também pode ter sido feito com a conivência, ou até por sugestão, de algum chefe. O processo de investigação está em curso. A seu tempo saberemos.);
- Reconhecer que é preciso aprender com os erros do passado para tornar a empresa melhor;
- Aproveitar a crise como catalisador para fazer a mudança que é fundamental para a empresa;
- Reduzir os níveis hierárquicos e permitir que os trabalhadores critiquem algo na empresa ou apontem os próprios erros sem temerem retaliações ou castigos;
- Os investigadores devem sentir que têm liberdade para ser criativos e para falhar;
- A empresa tem de aprender a ser humilde (mas também: as práticas de toda a indústria automóvel, no que diz respeito às medições, têm de ser mudadas - e a VW, claro, hehehe, vai apontar caminhos);
- Os trabalhadores da VW querem voltar a sentir orgulho na sua empresa;
O que é novo: os directores que ganham milhões para trabalhar numa torre de marfim, virados para a bolsa e sem a menor ligação à realidade da própria empresa, deram-se conta de que este alheamento é suicida. Perceberam que, se quiserem sobreviver, é preciso mudar a mentalidade, a comunicação e a organização do trabalho na empresa. É a primeira vez que vejo isso dito com tanta clareza pelos senhores dessa casta.
Estas mudanças vão ter repercussões em todas as outras grandes empresas. Haverá um reajustamento em todas, porque o escândalo da VW já permitiu ver quais são as consequências das torres de marfim.
O problema, diga-se de passagem, existe não apenas em muitas dessas empresas gigantescas, mas também no Estado. A catástrofe do aeroporto de Berlim reside em grande parte no facto de o antigo Presidente de Berlim, o Wowereit, ter feito daquele projecto técnico um objecto de status político, e ter afastado das equipas todos os técnicos que lhe diziam que estava a sonhar o impossível. Só ficou quem lhe dizia que sim, e o resultado é um aeroporto que devia ter aberto em 2012 e ainda não se sabe quando vai abrir.
De modo que o que aconteceu na conferência de imprensa da VW, esta semana, foi um sinal de enormes mudanças nas empresas alemãs - se forem realmente levadas a cabo, parece-me uma óptima notícia. Mas o JN tira dessa conferência de imprensa uma frase secundária, e que se destina meramente a tentar limitar os estragos na imagem. Foram estas as palavras do Pötsch que deram origem àquele título: "Continuamos a acreditar que provavelmente só houve um número reduzido de trabalhadores a colaborar realmente, e de forma activa, nas manipulações."
A partir disto, o JN faz um título bombástico, provocando em Portugal uma onda de reacções sarcásticas e derrotistas. Em vez de informar sobre o que está a acontecer na VW, este jornal reforça as ideias de que os lá de cima são todos iguais, não fazem nada, só se enchem de dinheiro, e no fim a culpa é sempre dos desgraçados que não se podem defender.
O JN tenha paciência, mas isto não é jornalismo, e não tem nada de serviço público. Não é a alimentar artificialmente o derrotismo de uma população que se constrói um país saudável.
minha rica filha!
Minha rica filha, que herdou os genes da mãe!
Foi passar uns dias a Portugal, e regressou com um saco cheio de laranjas, dióspiros, kiwis - e camélias!
E uma caixa cheia de bolos do Natário de Viana. Só foi pena ter sido no dia em que comecei uma dieta rigorosa (o vestido que quero usar no próximo domingo encolheu enquanto estava guardado, de modo que agora tenho de fazer por encolher também). O problema é que deitar comida fora é pecado. Pelo que no próprio dia em que ela chegou aviei as bolas de Berlim (no dia seguinte já não estão boas) e a seguir ataquei os bolos de coco.
Resolvido esse problema, passo ao seguinte: alguém me sabe indicar onde é que se arranja uma gastroenterite brutal que comece hoje, me leve 10 kg, e acabe amanhã? Muito agradeceria.
Foi passar uns dias a Portugal, e regressou com um saco cheio de laranjas, dióspiros, kiwis - e camélias!
E uma caixa cheia de bolos do Natário de Viana. Só foi pena ter sido no dia em que comecei uma dieta rigorosa (o vestido que quero usar no próximo domingo encolheu enquanto estava guardado, de modo que agora tenho de fazer por encolher também). O problema é que deitar comida fora é pecado. Pelo que no próprio dia em que ela chegou aviei as bolas de Berlim (no dia seguinte já não estão boas) e a seguir ataquei os bolos de coco.
Resolvido esse problema, passo ao seguinte: alguém me sabe indicar onde é que se arranja uma gastroenterite brutal que comece hoje, me leve 10 kg, e acabe amanhã? Muito agradeceria.
10 dezembro 2015
"ou o bacalhau, ou eu"
Há muitos, muitos anos, quando o Joachim ainda era alemão e eu ainda era portuguesa, trouxe de Portugal três bacalhaus que pus a demolhar. Ao terceiro dia, com a casa bem impregnada daquele aroma da pátria, o Joachim disse: ou o bacalhau ou eu.
Tive da passar a demolhar o bacalhau na clandestinidade.
Esta semana aproveitei ele ter saído para um congresso, e eis-me aqui a demolhar 12 kg de bacalhau para a festa de Natal dos Portugueses em Berlim. Maravilha! De cada vez que mudo a água, arranco uma lasca para ver como está a evoluir a coisa. As saudades que eu tinha de arrancar lascas de bacalhau cru! Ando a mudar a água de hora a hora, sou uma pessoa muito conscienciosa.
Em todo o caso: vamos ter bacalhau com natas na nossa festa de Natal. Ou talvez natas com bacalhau, caso eu continue a mudar a água e a arrancar lascas a este ritmo.
shortcutz em Berlim + Special Guest
Tenho andado a partilhar por aí este evento sem reparar bem na imagem. Hoje olhei melhor, e descobri que estão a falar de mim.
Aquele "+Special Guest" sou eu!
Às 20:30, no Z-Bar Berlin - Bergstrasse 2, 10115 Berlim.
Vou de jeans e camisola de inverno, para me reconhecerem melhor.
(Mais informações: no Bom Dia, e no facebook)
(Agora com licencinha: tenho 3 horas para aprender a apresentar filmes em inglês)
(São os soldados do Astérix a lamentar-se com o "alista-te no exército, diziam-nos..." e eu com o "alista-te no Cinemagosto...")
melhor que estas desculpas, só mesmo "não me lembro"
(fonte)
O B.Z. fez hoje uma primeira página genial.
Trata-se da Beate Zschäpe, a chamada "noiva dos nazis": a mulher que viveu com os dois terroristas de extrema direita que durante uma década andaram a matar turcos na Alemanha. Em 2011 os dois homens suicidaram-se, ela fez explodir a casa onde moravam, para apagar as pistas, e fugiu. Uns dias mais tarde foi-se entregar à polícia. Durante dois anos e meio manteve-se em silêncio. Até ontem, dia em que tentou vender uma versão de si própria como vítima dos acontecimentos e contextos.
Como reacção, o B.Z. faz uma capa que resume o seu discurso: "eu não. eu não. eu não. eu não. eu não. (...) eu não. eu não. sorry"
09 dezembro 2015
BSR - humor na recolha do lixo
A empresa de recolha de lixo berlinense BSR tem uma equipa de criativos fantástica. Um dia hei-de fotografar os carros da recolha do lixo e os cestos espalhados pela cidade: em quase todos há trocadilhos divertidos.
E depois, estes anúncios. Este, por exemplo, com música do Requiem de Mozart, diz assim:
O aquecimento global ameaça o ecosistema do nosso planeta. Faça alguma coisa contra isso!
Espalhámos por toda a cidade de Berlim caixas para recolher donativos.
E a frase final, sobre a imagem dos caixotes de lixo:
A separação do lixo feita em Berlim permite poupar anualmente 403.000 toneladas de CO2. Obrigado.´
Ou este vídeo, com conversas de desportistas sobre a importância de preparar o lançamento, a concentração, etc. etc., e no fim: "Quando acertas, é fantástico!"
06 dezembro 2015
num país perto de si: o Estado e os oligarcas
Há dias escrevi um post sobre o - OK, vou dizer o que penso com as letras todas - o magnífico golpe de PR do Zuckerberg. Falei da estratégia de pôr as acções numa Fundação apenas a partir de uma perspectiva que conheço, porque acompanhei de perto um caso semelhante na Alemanha: a necessidade de evitar que, em caso de morte de um proprietário, o imposto de sucessão leve à venda de acções em tal quantidade que a empresa acabe a ser dominada por um novo sócio maioritário.
Um leitor chamou-me a atenção para um artigo no NY Times sobre este caso. Copiei o artigo para aqui, porque coloca questões interessantes e muito actuais:
Um leitor chamou-me a atenção para um artigo no NY Times sobre este caso. Copiei o artigo para aqui, porque coloca questões interessantes e muito actuais:
How Mark Zuckerberg’s Altruism Helps Himself
DEC. 3, 2015
Mark Zuckerberg did not donate $45 billion to charity. You may have heard that, but that was wrong.
Here’s what happened instead: Mr. Zuckerberg created an investment vehicle.
Sorry for the slightly less sexy headline.
Mr. Zuckerberg is a co-founder of Facebook and a youthful megabillionaire. In announcing the birth of his daughter, he and his wife, Priscilla Chan, declared they would donate 99 percent of their worth, the vast majority of which is tied up in Facebook stock valued at $45 billion today.
In doing so, Mr. Zuckerberg and Ms. Chan did not set up a charitable foundation, which has nonprofit status. He created a limited liability company, one that has already reaped enormous benefits as public relations coup for himself. His P.R. return-on-investment dwarfs that of his Facebook stock. Mr. Zuckerberg was depicted in breathless, glowing terms for having, in essence, moved money from one pocket to the other.
Continue reading the main story RELATED COVERAGE Mark Zuckerberg’s Philanthropy Uses L.L.C. for More ControlDEC. 2, 2015 Mark Zuckerberg Vows to Donate 99% of His Facebook Shares for CharityDEC. 1, 2015 An L.L.C. can invest in for-profit companies (perhaps these will be characterized as societally responsible companies, but lots of companies claim the mantle of societal responsibility). An L.L.C. can make political donations. It can lobby for changes in the law. He remains completely free to do as he wishes with his money. That’s what America is all about. But as a society, we don’t generally call these types of activities “charity.”
What’s more, a charitable foundation is subject to rules and oversight. It has to allocate a certain percentage of its assets every year. The new Zuckerberg L.L.C. won’t be subject to those rules and won’t have any transparency requirements.
In covering the event, many commentators praised the size and percentage of the gift and pointed out that Mr. Zuckerberg is relatively young to be planning to give his wealth away. “Mark Zuckerberg Philanthropy Pledge Sets New Giving Standard,” Bloomberg glowed. The New York Times ran an article on the front page. Few news outlets initially considered the tax implications of Mr. Zuckerberg’s plan. A Wall Street Journal article didn’t mention taxes at all.
Nor did they grapple with the societal implications of the would-be donations.
So what are the tax implications? They are quite generous to Mr. Zuckerberg. I asked Victor Fleischer, a law professor and tax specialist at the University of San Diego School of Law, as well as a contributor to DealBook. He explained that if the L.L.C. sold stock, Mr. Zuckerberg would pay a hefty capital gains tax, particularly if Facebook stock kept climbing.
If the L.L.C. donated to a charity, he would get a deduction just like anyone else. That’s a nice little bonus. But the L.L.C. probably won’t do that because it can do better. The savvier move, Professor Fleischer explained, would be to have the L.L.C. donate the appreciated shares to charity, which would generate a deduction at fair market value of the stock without triggering any tax.
Mr. Zuckerberg didn’t create these tax laws and cannot be criticized for minimizing his tax bills. If he had created a foundation, he would have accrued similar tax benefits. But what this means is that he amassed one of the greatest fortunes in the world — and is likely never to pay any taxes on it. Anytime a superwealthy plutocrat makes a charitable donation, the public ought to be reminded that this is how our tax system works. The superwealthy buy great public relations and adulation for donations that minimize their taxes.
Instead of lavishing praise on Mr. Zuckerberg for having issued a news release with a promise, this should be an occasion to mull what kind of society we want to live in. Who should fund our general societal needs and how? Charities rarely fund quotidian yet vital needs. What would $40 billion mean for job creation or infrastructure spending? The Centers for Disease Control and Prevention has a budget of about $7 billion. Maybe more should go to that. Society, through its elected members, taxes its members. Then the elected officials decide what to do with sums of money.
In this case, it is different. One person will be making these decisions.
Of course, nobody thinks our government representatives do a good job of allocating resources. Politicians — a bunch of bums! Maybe Mr. Zuckerberg will make wonderful decisions, ones I would personally be happy with. Maybe not. He blew his $100 million donation to the Newark school system, as Dale Russakoff detailed in her recent book, “The Prize: Who’s in Charge of America’s Schools?” Mr. Zuckerberg has said he has learned from his mistakes. We don’t know whether that’s true because he hasn’t made any decisions with the money he plans to put into his investment vehicle.
But I think I might do a good job allocating $45 billion. Maybe even better than Mr. Zuckerberg. I am self-aware enough to realize many people would disagree with my choices. Those who like how Mr. Zuckerberg is lavishing his funds might not like how the Koch brothers do so. Or George Soros.
Mega-donations, assuming Mr. Zuckerberg makes good on his pledge, are explicit acknowledgments that the money should be plowed back into society. They are tacit acknowledgments that no one could ever possibly spend $45 billion on himself or his family, and that the money isn’t really “his,” in a fundamental sense. Because that is the case, society can’t rely on the beneficence and enlightenment of the superwealthy to realize this individually. We need to take a portion uniformly — some kind of tax on wealth.
The point is that we are turning into a society of oligarchs. And I am not as excited as some to welcome the new Silicon Valley overlords.
[Jesse Eisinger is a reporter for ProPublica, an independent, nonprofit newsroom that produces investigative journalism in the public interest. Email: jesse@propublica.org. Twitter: @eisingerj.]
Here’s what happened instead: Mr. Zuckerberg created an investment vehicle.
Sorry for the slightly less sexy headline.
Mr. Zuckerberg is a co-founder of Facebook and a youthful megabillionaire. In announcing the birth of his daughter, he and his wife, Priscilla Chan, declared they would donate 99 percent of their worth, the vast majority of which is tied up in Facebook stock valued at $45 billion today.
In doing so, Mr. Zuckerberg and Ms. Chan did not set up a charitable foundation, which has nonprofit status. He created a limited liability company, one that has already reaped enormous benefits as public relations coup for himself. His P.R. return-on-investment dwarfs that of his Facebook stock. Mr. Zuckerberg was depicted in breathless, glowing terms for having, in essence, moved money from one pocket to the other.
Continue reading the main story RELATED COVERAGE Mark Zuckerberg’s Philanthropy Uses L.L.C. for More ControlDEC. 2, 2015 Mark Zuckerberg Vows to Donate 99% of His Facebook Shares for CharityDEC. 1, 2015 An L.L.C. can invest in for-profit companies (perhaps these will be characterized as societally responsible companies, but lots of companies claim the mantle of societal responsibility). An L.L.C. can make political donations. It can lobby for changes in the law. He remains completely free to do as he wishes with his money. That’s what America is all about. But as a society, we don’t generally call these types of activities “charity.”
What’s more, a charitable foundation is subject to rules and oversight. It has to allocate a certain percentage of its assets every year. The new Zuckerberg L.L.C. won’t be subject to those rules and won’t have any transparency requirements.
In covering the event, many commentators praised the size and percentage of the gift and pointed out that Mr. Zuckerberg is relatively young to be planning to give his wealth away. “Mark Zuckerberg Philanthropy Pledge Sets New Giving Standard,” Bloomberg glowed. The New York Times ran an article on the front page. Few news outlets initially considered the tax implications of Mr. Zuckerberg’s plan. A Wall Street Journal article didn’t mention taxes at all.
Nor did they grapple with the societal implications of the would-be donations.
So what are the tax implications? They are quite generous to Mr. Zuckerberg. I asked Victor Fleischer, a law professor and tax specialist at the University of San Diego School of Law, as well as a contributor to DealBook. He explained that if the L.L.C. sold stock, Mr. Zuckerberg would pay a hefty capital gains tax, particularly if Facebook stock kept climbing.
If the L.L.C. donated to a charity, he would get a deduction just like anyone else. That’s a nice little bonus. But the L.L.C. probably won’t do that because it can do better. The savvier move, Professor Fleischer explained, would be to have the L.L.C. donate the appreciated shares to charity, which would generate a deduction at fair market value of the stock without triggering any tax.
Mr. Zuckerberg didn’t create these tax laws and cannot be criticized for minimizing his tax bills. If he had created a foundation, he would have accrued similar tax benefits. But what this means is that he amassed one of the greatest fortunes in the world — and is likely never to pay any taxes on it. Anytime a superwealthy plutocrat makes a charitable donation, the public ought to be reminded that this is how our tax system works. The superwealthy buy great public relations and adulation for donations that minimize their taxes.
Instead of lavishing praise on Mr. Zuckerberg for having issued a news release with a promise, this should be an occasion to mull what kind of society we want to live in. Who should fund our general societal needs and how? Charities rarely fund quotidian yet vital needs. What would $40 billion mean for job creation or infrastructure spending? The Centers for Disease Control and Prevention has a budget of about $7 billion. Maybe more should go to that. Society, through its elected members, taxes its members. Then the elected officials decide what to do with sums of money.
In this case, it is different. One person will be making these decisions.
Of course, nobody thinks our government representatives do a good job of allocating resources. Politicians — a bunch of bums! Maybe Mr. Zuckerberg will make wonderful decisions, ones I would personally be happy with. Maybe not. He blew his $100 million donation to the Newark school system, as Dale Russakoff detailed in her recent book, “The Prize: Who’s in Charge of America’s Schools?” Mr. Zuckerberg has said he has learned from his mistakes. We don’t know whether that’s true because he hasn’t made any decisions with the money he plans to put into his investment vehicle.
But I think I might do a good job allocating $45 billion. Maybe even better than Mr. Zuckerberg. I am self-aware enough to realize many people would disagree with my choices. Those who like how Mr. Zuckerberg is lavishing his funds might not like how the Koch brothers do so. Or George Soros.
Mega-donations, assuming Mr. Zuckerberg makes good on his pledge, are explicit acknowledgments that the money should be plowed back into society. They are tacit acknowledgments that no one could ever possibly spend $45 billion on himself or his family, and that the money isn’t really “his,” in a fundamental sense. Because that is the case, society can’t rely on the beneficence and enlightenment of the superwealthy to realize this individually. We need to take a portion uniformly — some kind of tax on wealth.
The point is that we are turning into a society of oligarchs. And I am not as excited as some to welcome the new Silicon Valley overlords.
[Jesse Eisinger is a reporter for ProPublica, an independent, nonprofit newsroom that produces investigative journalism in the public interest. Email: jesse@propublica.org. Twitter: @eisingerj.]
04 dezembro 2015
desejo para o Natal, e podiam entregar já hoje:
Querido Menino Jesus,
queria muito que este Natal, para comemorar o teu nascimento, fizesses um pequeno milagre para me dar um multiplicador de horas para os dias, ou então um clonador de mim própria. Se possível para entregar já hoje, que me está a fazer muita falta.
Este ano portei-me muito bem, excepto nas vezes em que foi mais forte do que eu. Sei que compreendes, que às vezes também te passavas.
Obrigada, Helena
++
É mais ou menos assim:
Sexta-feira, 4.12
Festival „Around the World in 14 Films“ com/ mit "Arabian Nights/ As Mil e uma Noites", von Miguel Gomes
Volume 1 – "Die Ruhelose"/ "O Inquieto" 04.12. - 19:30 h Kino in der Kulturbrauerei, Saal 6 Schönhauser Allee 36-39 10435 Berlin
Concerto de piano com Filipe Pinto-Ribeiro: "Die vier Jahreszeiten in St. Petersburg, Buenos- Aires, Berlin und Lissabon" - 19 h - Ibero-amerikanisches Institut Otto Braun Saal Potsdamer Str. 37, 10785 Berlin
Apresentação do livro "Pontes por construir: Portugal e Alemanha" de/ von Luísa Coelho 4.12 - 19 h D. Gonçalo Bom Heimstrasse, 3, 10965 Berlin
Sábado, 5.12
Festival „Around the World in 14 Films“ com/ mit "Arabian Nights/ As Mil e uma Noites", von Miguel Gomes
Volume 2 – "Die Einsame"/ "O Desolado" 05.12. - 22:15 h Kino in der Kulturbrauerei, Saal 6 Schönhauser Allee 36-39 10435 Berlin
J. S. BACH MESSE IN H-MOLL Kraftwerk Berlin Köpenicker Straße 70 - 20:00 - Coro: Cantus Domus
Russendisko no Café Burger, a partir das 22 horas
Mercado de Natal em Blankensee
Mercado de Natal no Jagdschloß Grunewald
Domingo, 6.12
Festival „Around the World in 14 Films“ com/ mit "Arabian Nights/ As Mil e uma Noites", von Miguel Gomes
Volume 3 – "Die Verzauberte"/ "O Encantado" 06.12. - 19:30 h Kino in der Kulturbrauerei, Saal 6 Schönhauser Allee 36-39 10435 Berlin
Mercado de Natal em Blankensee
Mercado de Natal no Jagdschloß Grunewald
Prova de vinho privada (Menino Jesus, ao menos, ao menos, arranja de os meus amigos não terem tempo para esta prova de vinho, que assim eu podia ir ver o filme do Miguel Gomes sem eles se chatearem comigo. Podia ser a tua prenda para o meu Nikolaus, que achas? Em troca, prometo que organizo uma passeata para os miúdos do pavilhão de refugiados aqui ao lado virem brincar de trenó na neve no meu lago. Combinado?)
queria muito que este Natal, para comemorar o teu nascimento, fizesses um pequeno milagre para me dar um multiplicador de horas para os dias, ou então um clonador de mim própria. Se possível para entregar já hoje, que me está a fazer muita falta.
Este ano portei-me muito bem, excepto nas vezes em que foi mais forte do que eu. Sei que compreendes, que às vezes também te passavas.
Obrigada, Helena
++
É mais ou menos assim:
Sexta-feira, 4.12
Festival „Around the World in 14 Films“ com/ mit "Arabian Nights/ As Mil e uma Noites", von Miguel Gomes
Volume 1 – "Die Ruhelose"/ "O Inquieto" 04.12. - 19:30 h Kino in der Kulturbrauerei, Saal 6 Schönhauser Allee 36-39 10435 Berlin
Concerto de piano com Filipe Pinto-Ribeiro: "Die vier Jahreszeiten in St. Petersburg, Buenos- Aires, Berlin und Lissabon" - 19 h - Ibero-amerikanisches Institut Otto Braun Saal Potsdamer Str. 37, 10785 Berlin
Apresentação do livro "Pontes por construir: Portugal e Alemanha" de/ von Luísa Coelho 4.12 - 19 h D. Gonçalo Bom Heimstrasse, 3, 10965 Berlin
Sábado, 5.12
Festival „Around the World in 14 Films“ com/ mit "Arabian Nights/ As Mil e uma Noites", von Miguel Gomes
Volume 2 – "Die Einsame"/ "O Desolado" 05.12. - 22:15 h Kino in der Kulturbrauerei, Saal 6 Schönhauser Allee 36-39 10435 Berlin
J. S. BACH MESSE IN H-MOLL Kraftwerk Berlin Köpenicker Straße 70 - 20:00 - Coro: Cantus Domus
Russendisko no Café Burger, a partir das 22 horas
Mercado de Natal em Blankensee
Mercado de Natal no Jagdschloß Grunewald
Domingo, 6.12
Festival „Around the World in 14 Films“ com/ mit "Arabian Nights/ As Mil e uma Noites", von Miguel Gomes
Volume 3 – "Die Verzauberte"/ "O Encantado" 06.12. - 19:30 h Kino in der Kulturbrauerei, Saal 6 Schönhauser Allee 36-39 10435 Berlin
Mercado de Natal em Blankensee
Mercado de Natal no Jagdschloß Grunewald
Prova de vinho privada (Menino Jesus, ao menos, ao menos, arranja de os meus amigos não terem tempo para esta prova de vinho, que assim eu podia ir ver o filme do Miguel Gomes sem eles se chatearem comigo. Podia ser a tua prenda para o meu Nikolaus, que achas? Em troca, prometo que organizo uma passeata para os miúdos do pavilhão de refugiados aqui ao lado virem brincar de trenó na neve no meu lago. Combinado?)
a palavra liberta...
Trago do facebook da Helena Ferro de Gouveia, com o seu comentário:
Não vale tudo nas redes sociais (abençoada justiça alemã)
O tribunal de Kitzingen condenou um homem de 31 anos a dois anos e três meses de pena por publicações (sobre a crise de refugiados) no seu mural do Facebook onde "incitava ao ódio" . Por detrás do monitor a falta de carácter e cobardia de muitos transveste-se de "coragem".
O artigo, em alemão, está aqui.
Acrescento que o homem agora condenado escreveu no facebook que era preciso fuzilar a Angela Merkel por traição à pátria, e propôs "meter pessoas nos fornos de Auschwitz".
É um caso de censura? É censurável?
Sem pensar muito (agarrem-me, que...) estava capaz de comentar que a prisão não é a melhor ideia para estas pessoas. Quem entende que se pode dizer tudo tudo tudo o que apetece devia ter direito a passar um mês numa ilha verdadeiramente maravilhosa, mas cheia de pessoas que também acham que têm o direito a dizer tudo tudo tudo. Sem polícia nem sistema jurídico para controlar os excessos. A aprender a viver com as consequências do que se diz.
(Eh, pá, não me digam que acabei de inventar mais um programa de lixo televisivo? Largar lá o pessoal, e filmar. Podia-se chamar "big mouth".)
(Agarrem-me, agarrem-me, que tudo isto é um disparate. Estou a propor o regresso ao "olho por olho" e à Justiça como exercício de sadismo.)
(Mas depois olho para o que um alegado "jornalismo" faz ao bom nome das pessoas, e sinto-me tão indignada com a perfeita impunidade com que o fazem, que me dá vontade de os mandar a todos para a tal ilha, e publicar relatos diários do que lá se passa, e fazê-lo na primeira página de um certo pasquim português.)
Não vale tudo nas redes sociais (abençoada justiça alemã)
O tribunal de Kitzingen condenou um homem de 31 anos a dois anos e três meses de pena por publicações (sobre a crise de refugiados) no seu mural do Facebook onde "incitava ao ódio" . Por detrás do monitor a falta de carácter e cobardia de muitos transveste-se de "coragem".
O artigo, em alemão, está aqui.
Acrescento que o homem agora condenado escreveu no facebook que era preciso fuzilar a Angela Merkel por traição à pátria, e propôs "meter pessoas nos fornos de Auschwitz".
É um caso de censura? É censurável?
Sem pensar muito (agarrem-me, que...) estava capaz de comentar que a prisão não é a melhor ideia para estas pessoas. Quem entende que se pode dizer tudo tudo tudo o que apetece devia ter direito a passar um mês numa ilha verdadeiramente maravilhosa, mas cheia de pessoas que também acham que têm o direito a dizer tudo tudo tudo. Sem polícia nem sistema jurídico para controlar os excessos. A aprender a viver com as consequências do que se diz.
(Eh, pá, não me digam que acabei de inventar mais um programa de lixo televisivo? Largar lá o pessoal, e filmar. Podia-se chamar "big mouth".)
(Agarrem-me, agarrem-me, que tudo isto é um disparate. Estou a propor o regresso ao "olho por olho" e à Justiça como exercício de sadismo.)
(Mas depois olho para o que um alegado "jornalismo" faz ao bom nome das pessoas, e sinto-me tão indignada com a perfeita impunidade com que o fazem, que me dá vontade de os mandar a todos para a tal ilha, e publicar relatos diários do que lá se passa, e fazê-lo na primeira página de um certo pasquim português.)
03 dezembro 2015
e agora para algo completamente diferente...
O maestro Leonard Bernstein em modo minimalista:
("minimalista"?)
("minimalista"?)
02 dezembro 2015
calma: o Zuckerberg não é uma espécie de São Marcos
Se estou bem informada, é tão simples como isto: se o Zuckerberg morresse, ia ser preciso vender um disparate de acções para pagar o imposto sucessório. Pelo que é boa ideia fazer o que tantos outros fazem: passar grande parte do capital para uma fundação (gerida pelo próprio, ou extensões suas, obviamente), de modo a que a vida da empresa possa continuar normalmente após a morte do seu proprietário, sem correr o risco de ter de se vender à concorrência.
Dito isto, é bonito que o Mark Zuckerberg e a mulher queiram melhorar o mundo e decidam gastar parte do dinheiro que têm. Justiça lhes seja feita.
Dito isto, odeio cartas tipo testamento dirigidas a recém-nascidos.
Deixem as crianças ser crianças, deixem-nas ser sujeitos livres e com direito ao seu próprio destino, em vez de darem o seu rosto a alguma causa e bandeira, antes ainda de terem largado o primeiro vagido, quando mais saberem articular "eu".
Faço votos sinceros para que a exposição mediática e os 500 milhões que ainda sobraram para os pais não sejam uma carga insuportável na vida da pequena Max.
01 dezembro 2015
oh pá, esta mulher é fantástica!
Estou aqui a pensar se ponho link, ou se copio.
Para já ponho link.
(Mas podem ler o blogue todo - e o anterior também era muito bom, mas parece que está morto e enterrado.) (Não dava para arranjar uma vida eterna aos blogues de que gostamos?) (Só por causa disso, e das coisas, é que provavelmente daqui a bocadinho vou lá e roubo o post todo.)
--
Adenda: Roubei.
Para já ponho link.
(Mas podem ler o blogue todo - e o anterior também era muito bom, mas parece que está morto e enterrado.) (Não dava para arranjar uma vida eterna aos blogues de que gostamos?) (Só por causa disso, e das coisas, é que provavelmente daqui a bocadinho vou lá e roubo o post todo.)
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Adenda: Roubei.
Prolongando a temática
Andava eu a passear no google quando encontrei a seguinte imagem:
Achei tão lindo que não pude deixar de pensar como os homens devem ser infelizes por não terem gamas de produtos inteiramente dedicadas às abluções da genitália. Mas eu estou cá para vos ajudar, garbosos varões.
Lembrei-me de colmatar essa grande falha na oferta cosmético-farmacêutica, desenvolvendo uma linha de produtos para a higiene íntima masculina, baseados nos existentes para mulheres.
Espero que gostem e a partir de agora se sintam mais limpos e frescos a qualquer hora e em qualquer lugar.
(se clicarem na imagem podem ler as letras pequeninas, vale a pena, juro que não inventei nada, copiei tudo de embalagens que existem para mulheres)
socorro! (ou: amor de perdição)
(foto)
Mal me apanha distraída a resolver assuntos ao computador, zimbas!, amanda-me mais um cubo pela goela abaixo, que em menos de nada se aloja para todo o sempre em mim, como uma segunda pele.
Quem era mesmo o valente especialista no combate a estranhos seres muito poderosos que vêm de outros mundos para nos tramarem a vida? Estou na dúvida se hei-de chamar o Tom Cruise ou o Brad Pitt.
Ou isso, ou o plano B: se não os podes vencer, junta-te a eles - que é como quem diz:
I've got you under my skin. I've got you deep in the heart of me. So deep in my heart that you're really a part of me.
(Helena e fudge: amor de perdição)
(I've got you under my skin. I'd tried so not to give in. I said to myself: this affair never will go so well. But why should I try to resist when, baby, I know so well I've got you under my skin? I'd sacrifice anything come what might for the sake of havin' you near. In spite of a warnin' voice that comes in the night and repeats, repeats in my ear: Don't you know, little fool, you never can win? Use your mentality, wake up to reality. But each time that I do just the thought of you makes me stop before I begin 'cause I've got you under my skin.)
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