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12 julho 2014

férias

Desta vez estava mesmo a precisar de férias, de férias mesmo. Sem correr meio Portugal a visitar família e amigos, sem concertos nem festivais. Nem sequer me apetece fazer fotografias.
Quando cheguei, há duas semanas, pensei fazer um post "das minhas férias ve-se um rio", e contar da beleza do rio Lima ao anoitecer, as luzes doces de Viana, o horizonte sobre o mar em laranja e rosa. Puro encantamento.
Também pensei contar que tenho o meu "dia da marmota" todos os anos, no primeiro dia de férias, quando me dou conta da luz de Portugal, e é sempre a surpresa de uma primeira vez.
Mas näo escrevo, nem tiro fotografias, nem viajo meio Portugal para encontrar pessoas que me säo muito importantes.
Fico pelo meu cantinho sob as videiras, ou o triangulo das Bermudas entre a macieira, a figueira e o diospireiro. Vou até à praia, a Ponte de Lima,  a Viana.
Ontem fomos para a praia ao fim do dia. Com vinho do Douro e amigos. O sol a baixar no mar, a lua enorme a erguer-se das dunas, entre a lua e o mar os rapazes a jogar à bola com o Fox. Näo é preciso muito para tudo ser perfeito.



14 dezembro 2013

fado


sonho para um dia de Verão


No próximo Verão hei-de ir ao terreiro da Sé do Porto, e esperar o ponto certo do sol para repetir esta fotografia. Depois vou à ponte D. Luís fotografar a sua sombra perfeita no rio, e vai ser praí a milésima centésima vigésima quinta fotografia da sombra perfeita dessa ponte no Douro - o meu azar foi ter nascido depois dos outros. Mas não me queixo, porque também me podia ter acontecido de ter nascido muito antes de inventarem a máquina fotográfica, e nesse caso ia ter de inventar outros sonhos para um dia de Verão.



12 dezembro 2013

São João

Na varanda do Guindalense Sport Clube, a muralha fernandina incomodava um bocado as vistas para o São João. Com tantas privatizações em tudo o que faz falta, porque não se lembraram de privatizar aquela velharia que só está ali a incomodar? Seria o primeiro caso win-win numa privatização... (alto! eu estava a brincar! não me retirem já a nacionalidade, por favorzinho) 
Passeio e jantar com amigos de décadas, e do coração. Sardinhas, pimentos, batatas. E uma gaivota maluca a atacar todos os balões de ar quente que passavam perto do Guindalense. Ia e vinha, repetia as investidas, o pessoal berrava "olhá gaibuóta!" no meio de gargalhadas, o balão acabava por cair. 

Sobre nós, a lua maior e mais brilhante do ano.

(Três meses antes estava assim deslumbrante sobre os Andes e La Paz, e um mês depois sobre o Ararat. Este foi um ano de memoráveis luas cheias.)






















11 dezembro 2013

Oporto, I lobe you too - uma achega

Em resposta à "Oporto, I lobe you too", aqui vai a minha versão dos factos (não é necessariamente um contraditório, é apenas um "e diria mesmo mais"):
























(Moças, moças: e que tal se no próximo ano...?)

sozinha em casa


Tenho andado a rever as fotografias deste ano, e decidi deixar aqui algumas - faço de conta que é um postal de férias que chega com meses de atraso (ai, estes correios estão cada vez pior).




No fim das férias de Verão, fiquei uns dias pelo Norte de Portugal, depois do regresso do Joachim e do Matthias à Alemanha. Foi estranho habitar sozinha a nossa casa, cenário habitual de outros ritmos e sons. A solidão não é uma falta de companhia - é uma falta de contexto.

Ponte de Lima:




Porto (uma subida à torre dos Clérigos, e um dia iluminado por uma daquelas conversas de arejar a alma):





Um pôr-do-sol de trazer para casa:






09 agosto 2013

ao entardecer, um cão...

Ao entardecer, um cão arrebita as orelhas. Ouve ruídos estranhos ao fundo do quintal, e há que defender a propriedade de todos os possíveis invasores. 
Mal sabe ele que o perigo vem de onde menos se espera.



Ladra como um desalmado. Contras as raposas e as cobras, os ratos e os pássaros. Contra os gatos vadios que procuram o seu prato de comida no quintal da vizinha. Contra a brisa - ou talvez para ela, com alegria: para a brisa, os aromas, a vida, a liberdade.
Mal abrimos a porta de casa, sai disparado a ladrar até à ramada que marca o fim do seu mundo, defende tudo aquilo a que tem direito. Faz uma barulheira terrível, os vizinhos já se começaram a queixar. A ver se no próximo ano não me esqueço de lhe abrir uma conta no facebook.



Minorca autoconfiante, persegue as ovelhas. Mas elas põem-no no seu lugar. Batem com a pata no chão, e ele põe-se logo em sentido. "Eu?! Faça de conta que nem estou aqui, minha senhora..."




Depois da canoagem, em Ponte de Lima, o Matthias caminha descalço junto ao rio, e ele trota alegremente ao lado.
Às vezes pára, olhando como quem pergunta: "então, não vens?"



Luta contra o sistema de rega automática. A cada um os seus moinhos de vento.





No Alentejo e no Douro saboreia a liberdade dos espaços abertos. Aprende a negociar territórios com os outros. Perde em toda a linha. E que importa? Anda feliz.






Ao entardecer regressamos à praia. Temos vinho branco para brindar ao pôr-do-sol. Ele olha-nos com placidez, a nossa raposa do Saara.