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20 maio 2023

tudo de bom


Acabei de ler a newsletter semanal "Alles Gute" do Spiegel, que só tem notícias positivas, e fiquei com vontade de dar beijinhos ao mundo. 

Na edição deste sábado (aqui, em alemão), são estes os temas:

- é possível reduzir o lixo de plástico no mundo inteiro em 80% até 2040;

- duas irmãs, de 10 e 13 anos, contam como viveram uma semana inteira sem consumir nada embrulhado em plástico ("uma amiga ofereceu-nos gomas, mas como vinham num saco de plástico, não aceitámos")
(onde está o emoji da lagriminha quando a gente precisa dele?);

- uma casa numa favela de Belo Horizonte ganhou um prémio internacional de arquitectura (podem ver imagens da casa aqui e vídeo da notícia numa TV brasileira aqui);

- mamografias acessíveis em regiões rurais da Índia, onde não existe o equipamento adequado: estão a ensinar mulheres com cegueira a usar o seu tacto apuradíssimo para detectar nódulos na mama;

- o neuropatologista Diego Sepulveda-Falla descobriu um gene que protege do Alzheimer;

- há uma nova liga de futebol: só com equipas de pessoas com excesso de peso, para lhes dar a oportunidade de praticar desporto em grupo sem se sentirem diferentes (título: "tivemos de mandar duas pessoas embora porque eram demasiado magras") (hehehe); 

- o preço do gás na Europa, que em agosto de 2022 tinha subido aos 300 euros por MWh, esta semana esteve abaixo dos 30 euros;

- o WhatsApp tem agora uma função de senha para proteger conversas mais privadas;

- estão a trabalhar num sucedâneo do café, a partir do fruto do cafeeiro depois de extrair os grãos - em vez de os deixar a decompor e a largar metano para nos desgraçar ainda mais o clima. Também tem muita cafeína, é uma bebida saudável, chamam-lhe "Cascara", e a ver vamos;

- uma carta de um leitor: estava no café de uma estação de comboios à espera da ligação, trocou meia dúzia de frases com um passageiro a seu lado, e quando ia pagar o outro fez "pay forward": pagou o café dele, e da próxima vez ele pode fazer o mesmo a um desconhecido.


Tem mais alguns artigos, mas eu quero parar neste último, porque me lembrou algo que aconteceu no meu bairro por alturas do Natal. Num passeio da manhã com o Fox, vi um sem-abrigo a dormir num banco junto ao lago (esse banco por trás da fotografia do topo, com aquela mesma neve), apenas com um saco-cama para se proteger das temperaturas negativas. Pensei telefonar ao serviço que dá apoio a estas pessoas, e no inverno impede que morram de frio na rua, mas entretanto o senhor desapareceu. No dia seguinte, ao passar com o Fox, vi que já tinha uma tenda. No terceiro dia, quando ia a passar perto da tenda, apareceu uma vizinha com uma garrafa termos, que anunciou alegremente: "O pequeno-almoço está pronto! Café quentinho!" E no quarto dia, vi duas vizinhas a conversar e a rir muito com ele, os três no jardim em frente ao lago, com flutes de espumante na mão. Depois uma delas agarrou nos copos e na garrafa vazia e despediu-se "Desculpem, tenho de ir, são horas de fazer o almoço. Até amanhã!"







 

02 março 2023

transidinha

 


Hoje, Berlim acordou transidinha de frio.

E eu, a bem dizer, acordei a dormir: quando o corvo marinho levantou voo, no meio do lago coberto de neblina, precisei de vários segundos para apontar a câmara como deve ser. Triste vida. 







23 dezembro 2022

e por falar no tempo...

 



Depois de temperaturas siberianas (enfim... uma pessoa chega aos nove graus negativos e dá-lhe para exagerar um bocadinho...), aqueceu. Estava de chuva, achei que não ia tirar fotografias de jeito e saí com o Fox para o primeiro passeio da manhã levando apenas o telemóvel. Bem me arrependi, porque tive de lidar com aquela luz fantástica sem a Olympus.

De modo que no dia seguinte, apesar de continuar de chuva e cinzento, levei o equipamento todo para o passeio matinal. Não me serviu para nada. Primeiro, porque o máximo que podia fotografar era gotas de água. Segundo, porque o Fox farejou uma pista no chão, e de cada vez que eu parava para uma fotografia ele avançava, seguindo aquela pista que prometia fazê-lo feliz, e eu depois fazia a figura do costume a gritar no parque, em todas as direcções "Fox! Ó Fox!".

Se calhar já me levavam a uma escola de cães, para me ensinarem que sou eu quem manda nele, e não o contrário...







E assim vai a vida: tentando gerir os ritmos da felicidade de cada um, sempre cheia de luz e de surpresas.

A todos os que por aqui param uns momentos, desejo um tempo de Natal cheio de alegria. Apesar de todos os apesares que todos temos: alegria.



19 dezembro 2022

hoje



Hoje de manhã estavam uns cinco graus negativos quando levei o Fox à rua. Mas havia vento, estava muito desagradável. 

No lago, não havia banhistas da terapia siberiana. A ferida que uma aterragem de cisne deixou na placa gelada já está a cicatrizar. Continua a haver curiosas estrelas em algumas clareiras no gelo. O lago fazia ruídos estranhos: blop-blop-blop. No inverno, o lago enche-se de mistérios.

O Fox pediu para voltarmos depressa para casa, e de bom grado lhe fiz a vontade. 

Andam há vários dias a anunciar gelo na estrada para hoje, esta manhã já havia várias notícias de acidentes de viação devido ao gelo. Pois bem: foi exactamente para este dia que marcaram o exame de condução do Matthias. 

Passou! 

Agora é só esperar que não se parta todo por escorregar no gelo no caminho para casa, e depois festejamos com champanhe. 
(Ai, por falar nisso: é melhor tirá-lo da varanda, ainda rebenta)

18 dezembro 2022

céu branco

 


Hoje esteve um dia cinzento. Ou talvez possa dizer: branco. Céu branco.

Fui passear com o Fox. E pela milésima vez pensei que já não tinha nada de novo para fotografar, e pela milésima vez descobri que afinal...

(Entre outras coisas: havia um homem dentro do lago. Fez um buraco na camada de gelo, e meteu-se lá dentro.)












15 dezembro 2022

nove graus negativos - colheita do telemóvel

Que é como quem diz: mais do mesmo...











nove graus negativos


 

Nove graus negativos.

A princípio correu bem. Depois o Fox aproveitou o lago estar gelado para fazer um pequeno desvio à volta dos muros, e largou feito tolo pelos jardins todos daquela margem. Ouvi-o ladrar ao longe.

Depois regressou, ufff.

Às tantas, começou a fazer pressão para irmos para casa, mas logo a seguir descobriu mais um terreno novo para aventuras, e já não se chateou tanto por eu estar a tirar fotografias como se não houvesse amanhã.

E então, repentinamente, quando estava a fotografar os pássaros na sebe dos vizinhos, os meus dedos gelaram. Foi um bocadinho difícil reanimá-los em casa.

Não importa: venha o próximo safari!