"Sim", foi a resposta, "tem alguns crocodilos, mas são boa gente. No máximo tiram-te uma perna ou um braço". O Matthias riu-se, eu achei que o humor tipo pura vida era muito engraçado, agarrámos nos fatos de banho e no piquenique e pusemo-nos a caminho. Eles entraram na água, eu tive preguiça de descer pelas pedras íngremes e de subir de novo. Brincaram debaixo da ponte, subiram o rio para além da curva na floresta. Depois regressaram com os pés feridos pelas rochas finas, e ficámos por ali a saborear a beleza da paisagem. Até que apareceu um casal para pescar à linha, e sentaram-se ao pé de nós. Contaram que pescam ali todos os dias e que precisam de iscos diferentes para cada tipo de peixe, e que desta vez traziam camarões frescos, apanhados no mar com uma folha de palmeira ("é muito fácil: mergulhas a folha no mar por uns vinte minutos, e depois tiras repentinamente - vem cheia de camarões"). Eu só me perguntava para que é que estavam a pescar se já tinham os camarões, mas entretanto lembrei-me do ceviche de pescado, e optei por ficar calada. Depois falaram do crocodilo que vivia ali, que tem um metro e oitenta, e que no dia anterior tinha passado a tarde toda no espaço verde a seguir às rochas. E que há mais alguns, serão cinco ao todo. Não costumam atacar os humanos porque encontram no mar todo o peixe de que precisam para matar a fome.
"Não costumam", disse ele. Gulp.
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