10 dezembro 2015
"ou o bacalhau, ou eu"
Há muitos, muitos anos, quando o Joachim ainda era alemão e eu ainda era portuguesa, trouxe de Portugal três bacalhaus que pus a demolhar. Ao terceiro dia, com a casa bem impregnada daquele aroma da pátria, o Joachim disse: ou o bacalhau ou eu.
Tive da passar a demolhar o bacalhau na clandestinidade.
Esta semana aproveitei ele ter saído para um congresso, e eis-me aqui a demolhar 12 kg de bacalhau para a festa de Natal dos Portugueses em Berlim. Maravilha! De cada vez que mudo a água, arranco uma lasca para ver como está a evoluir a coisa. As saudades que eu tinha de arrancar lascas de bacalhau cru! Ando a mudar a água de hora a hora, sou uma pessoa muito conscienciosa.
Em todo o caso: vamos ter bacalhau com natas na nossa festa de Natal. Ou talvez natas com bacalhau, caso eu continue a mudar a água e a arrancar lascas a este ritmo.
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5 comentários:
Divirtam-se! :D
Eu resolvi só comer bacalhau quando estou em Portugal.
Numa festa de casamento, conheci um inglês casado com uma portuguesa. Disse-me que o incomodava a mulher levar bacalhau na bagagem para Inglaterra. Quando lhe comuniquei a minha decisão, ele retorquiu, maravilhado: you are the only portuguese I know that don't take bacalhau in the luggage! ;)
Acredito que com 12kg não seja muito prático mas em situações menos volumosas podes pô-lo a demolhar dentro do frigorífico, o frio atenua muito o cheiro mas o processo resulta na mesma!
Cristina,
nos primeiros anos na Alemanha eu media o nível das saudades pelo consumo de bacalhau: quando começava a comer muito bacalhau, era sinal que devia tratar rapidamente de ir a Portugal, porque já estava a morrer de saudades.
Agora: como consegues? Contra a falta de sol, aqui, não se pode fazer nada. Contra a falta de mar, idem. Era o que faltava sonegar-me voluntariamente o rico bacalhauzinho. ;)
Goldfish, obrigada pela dica!
Que bela coisa é começar o dia a rir! Foi o que me aconteceu com este post e o comentário da Cristina.
"Ou talvez natas com bacalhau, caso eu continue a mudar a água e a arrancar lascas a este ritmo." - !
Muito bom, como eu compreendo, no tempo que passei no Egipto, na Holanda e em França levei bacalhau na bagagem e à sexta-feira era certinho.
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