30 setembro 2025

e já que comecei o dia a falar da aldeia da minha avó...

 

Uma vez, há muitos e muitos anos, a comissão de festas da aldeia da minha avó convidou o Adriano Correia de Oliveira e o Carlos do Carmo para virem cantar nas festas da padroeira. E eles vieram, os simpáticos. Era nos anos setenta, a revolução ainda fresca e a generosidade grande.
Às tantas, durante o concerto, o Carlos do Carmo chamou todas as crianças ao palco, sentou-as à sua volta, e começou a cantar, pedindo-lhes que o acompanhassem no refrão. E eles cantavam. amorosos:
parecem bandos de pardais
à solta
os...
chegado aqui, olhavam para as mães, olhavam para as avós, e emudeciam, muito enfiados.
O Carlos do Carmo bem tentava explicar-lhes que não tinha mal nenhum, mas eles olhavam outra vez para as avós, e tá queto.

Desconfio que foi por essas e por outras que a revolução correu de forma diferente na região do Minho.

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