13 setembro 2023

coisas da minha vida

Esta manhã atrasei-me mais de hora e meia a publicar o post com o tema do dia na Enciclopédia Ilustrada, o que deixou as pessoas preocupadas - e bem tinham razão para isso, porque à hora a que se começaram a preocupar já eu estava com os nervos em fanicos.

O caso é que hoje ainda tinha mais que fazer que de costume, porque tinha de fazer de taxista para o Joachim e a seguir tinha de ir ao hospital, como faço todos os anos, para os médicos verificarem se ainda estou viva.

Comecei a adiantar trabalho às seis da manhã, depois fui fazer de táxi, depois fui para o hospital, onde costuma ser assim: tiro uma senha, espero imenso tempo, atendem-me, mandam-me esperar à porta do médico, espero imenso tempo, sou atendida pelo médico e enviada para a sala de espera do ultra-som, espero imenso tempo, outro médico faz-me o ultra-som e manda-me para o laboratório, espero imenso tempo, tiram-me o sangue e vou-me embora.

Tencionava publicar o post com o tema do dia numa dessas cenas de esperar imenso tempo, mas hoje não esperei tempo nenhum. Tirei a senha, fui chamada, fui enviada para a médica, ela chamou-me logo e levou-me logo para o ultra-som onde fui imediatamente atendida e logo a seguir tiraram-me o sangue. Nem dava tempo para sentar, quanto mais para escrever.

Até aqui, até parece que estava tudo a correr bem. O problema: era o primeiro dia da médica naquele serviço. Não se dava bem com o sistema informático, não sabia o que tinha de fazer, com o nervoso dizia piadinhas e ria-se sozinha, perguntou pelo menos cinco vezes se eu ia lá todos os anos, etc. E eu a ver o tempo passar. Finalmente levou-me para o ultra-som, e eu a pensar "ok, escrevo agora enquanto espero para me fazerem este exame, só tenho 8 minutos de atraso, eles estão tão habituados que nem vão reparar". Mas, oh, tragédia!, quem ia fazer o exame era ela. E nunca tinha feito antes. Um colega estava ali a explicar, com toda a calma, como se fazia. E ela cada vez mais nervosa, no limite do ataque de nervos (sei, porque disse muitas vezes Scheiße à minha frente), e eu também a ver o tempo a passar, ai é hoje que me desgraço, etc., e a pensar: será que os dois médicos levariam a mal se eu pedisse para interromperem um minutinho o exame enquanto eu escrevo rapidamente um post no facebook?

Ao fim de uma infinidade de tempo ela deu o exame por terminado, e garantiu-me que ainda estou viva, Mas confesso que não sei se acredite, porque foram pelos menos 10 Scheiße. No próximo ano, veremos.

Saí dali a pensar que finalmente tinha um tempinho para escrever o post enquanto não me chamavam para tirar sangue, mas...

- Frau A... A... Ara... iu, kommen Sie bitte!

Quando a enfermeira me espetou a seringa, o sangue jorrou com tanta força e em tal quantidade que até parecia que estávamos em Anadia.

 


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