No seu texto de 7.2.2023 no Público, João Miguel Tavares esmerou-se ainda mais do que é costume:
"Donde, se o PSD rondar os 35% e o Chega se aproximar dos 15%, André Ventura só não será ministro se não quiser. Seriam demasiados votos e demasiados deputados para o PSD ignorar, se deles depender a liderança de um futuro Governo. Sei que esta visão repugna muita gente, mas há algo ainda mais perigoso para o regime do que Ventura num ministério — a perpetuação do PS na esfera do poder. Pelo menos para quem acredita, como eu acredito, que a falta de alternância corrói mais a democracia do que a ida para o Governo de um extremista que pode ser corrido nas eleições seguintes. Governar é sempre a melhor forma de fracassar."
Portanto: para derrotar o PS, serve tudo. Inclusivamente meter no governo um tipo cuja estratégia para chegar ao poder é alimentar com ração de engorda o "brutal desencantamento com o regime" e dar aos eleitores a ideia de que o problema de Portugal são certas minorias, e que o discurso de ódio agora é aceitável, porque não é discurso de ódio, é um mero "dizer as coisas como elas são".
Para o João Miguel Tavares, meter no governo um discípulo de Goebbels é peanuts, se comparado com a perspectiva de os portugueses continuarem a votar maioritamente no PS.
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Até agora, pensava que o João Miguel Tavares era o idiota útil do Vintruja.
Mas ontem comecei a pensar que talvez seja o seu manhoso útil.
Se um dia destes aparecesse como avençado do Xega, não me admirava.
2 comentários:
Não querendo parecer mais inteligente que outros , quero dizer que , há muito as " proclamações democráticas " de João Miguel Tavares me parecem um puro exercício de hipocrisia ; ele , lá no fundo , não é senão um apoiante do dr Ventura.
Tenho tentado resistir a tirar essa conclusão, mas chega-se a um ponto em que as evidências falam mais alto. Normalizar desta maneira aquele partido fala por si.
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