31 janeiro 2023

30 de janeiro de 1923


 

Fez ontem 90 anos que Hitler chegou ao poder.
Sublinhe-se: por via democrática, embora com apenas 1/3 dos votos numas eleições de elevada abstenção. Bastou uma parcela não muito significativa da população acreditar nas suas promessas de que vinha "limpar" o sistema político, para desembocar na catástrofe que se viu.

O partido de Hitler subiu de 2,6% em 1928 para 18,3% em setembro de 1930, tornando-se o segundo partido mais importante do Parlamento alemão.
Em julho de 1932, teve 37,4 e passou a ser o primeiro partido no Parlamento, mas Hindenburg não o nomeou chanceler. Manteve Franz von Papen à frente do governo, até que uma moção de desconfiança no Parlamento provocou novas eleições, em novembro de 1932. Nestas, os nazis perderam dois milhões de votos - mas devido à elevada taxa de abstenção, continuaram a ser o partido mais votado, com 33,1% dos votos. Hindenburg ainda tentou evitar a nomeação, mas acabou por ceder dois meses mais tarde, a 30.1.1933. Nomeou Hitler chanceler, e dissolveu o Parlamento.

Nesse mesmo dia, os paramilitares nazis desfilaram pela Porta de Brandeburgo, numa bruta manifestação de força. O pintor Max Liebermann, que morava nessa praça, comentou: "não consigo comer tanto quanto queria vomitar". Outros, pelo contrário, estavam eufóricos.
Nas eleições que se seguiram, a 5 de Março, o partido nazi não conseguiu a maioria absoluta que almejava, mas chegou aos 43,9%.

Pouco depois o Reichstag começou a arder, e o fogo propagou-se a vários continentes.


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