O facebook lembrou-me que há um ano estávamos a entrar em novo confinamento:
Cá vamos nós de novo...
(Mas desta vez sem marisco baratíssimo, porque já não estamos na Bretanha)
(Estou a pensar: vou ao cabeleireiro antes que feche, ou aproveito a segunda vaga para experimentar um não-corte tipo Rapunzel?)
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Mal sabíamos nós que este segundo confinamento na Alemanha, iniciado a 2 de Novembro de 2020, se tornaria ainda mais apertado em meados de Dezembro, em plena época alta de vendas de Natal, quando fecharam praticamente todas as lojas. Cultura, restaurantes, hotéis, cabeleireiros, lojas: tudo de ferrolho na porta. Em Março começaram a aligeirar as medidas. Os primeiros a abrir foram os cabeleireiros (mas eu já estava com o cabelo tipo Rapunzel, e deixei-me ficar), e o confinamento de alguns sectores - como por exemplo os restaurantes - alargou-se até meados de Junho.
Há um ano não fazíamos ideia de que estávamos a caminho de sete meses e meio de vida social muito condicionada.
(E ainda bem. Mais vale viver estas coisas um dia de cada vez, e tentar rir todos os dias.)
Num registo bem mais sério: atravessar esta crise revelou-me com ainda mais clareza o carácter de excepcionalidade do contexto em que nasci: quantos períodos houve na História da Europa em que os povos não viveram em guerra, não passaram fome, não foram vítimas de epidemias? De quantas gerações se pode dizer que viveram em paz, segurança e prosperidade? A pandemia da covid inscreveu o nosso tempo na imensa lista de catástrofes que atingiram a Humanidade. Comparando com outras, a crise que nos foi dado viver nem foi das piores.
O problema é que esta crise, que já testou os limites das nossas Democracias, foi "peanuts", comparado com o que se prepara e de facto já está em curso: a catástrofe do aquecimento climático provocado pelo estilo de vida e produção capitalista.
Ou seja: ainda não processámos 2020, e já temos de nos preparar para aguentar os embates de 2022 e das décadas que se seguirão. Que não nos falte nunca o espírito de solidariedade, e se possível que não nos falte o humor. Vamos precisar muito de ambos.
[ Nota: o título deste post é um meme que encontrei no instagram ]
2 comentários:
Que não nos falte nunca, uma coisa que nunca tivemos, o espírito de solidariedade.
Quando os velhotes por cá estão tomando a terceira dose, no resto do mundo ainda 90% não tiveram direito à primeira...
Onde foi buscar essa estatística?
Mesmo que não seja "90% no resto do mundo", a assimetria é gravíssima, e sinal da estupidez do nosso egoísmo, uma vez que só conseguiremos sair disto todos juntos.
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