16 dezembro 2020

uma festa de Natal muito zoomarenta

 



Ao pequeno-almoço o dia anunciou-se especial, e previ o que se seguiria. 
(sim, que isto são já vários anos de espectáculo deslumbrante durante cerca de meia hora ao pequeno-almoço) 






O café ficou frio, mas não importa. E ainda não foi hoje que fiquei doente por estar na varanda a fotografar descalça e em camisa de dormir no Dezembro berlinense. 

Depois fui trabalhar muito, e muito depressa, e daí a nada já estava assim outra vez:


Continuei a trabalhar o mais depressa que podia, porque não queria chegar atrasada à festa de Natal do meu coro.

Foi no zoom, e foi a melhor festa de Natal de um grupo grande em que alguma vez participei. Por mim, passávamos a fazer todas as festas de grupos de empresa ou tempos livres assim, por um motivo muito simples: o zoom permite que todos ouçam o que cada um está a dizer. Ao passo que nas festas de grupos grandes o pessoal rapidamente se divide em pequenos grupos.

Caso precisem de algumas ideias para uma festa de Natal daquelas de chegarmos ao fim com pena de ter acabado, a nossa foi assim:

Alguns dias antes enviaram um questionário para nós respondermos sem pensar muito: 
1. O que foi o melhor e o pior deste ano?
2. Se o nosso coro fosse um animal, que animal seria?
3. Se pudesses dar livre curso à tua fantasia, qual seria o teu desejo para o próximo ano?

Também pediram que enviássemos algumas fotos tiradas nos eventos do coro, e preparássemos uma história engraçada de Natal que quiséssemos contar a todos. 

Por causa do trabalho perdi a parte das fotos e das histórias. Cheguei no momento em que nos deram uma lista de coisas que tínhamos de juntar em menos de 3 minutos. Enquanto o nosso pianista tocava uma peça de 3 minutos, nós desatámos a correr pela casa em busca de:
- uma fotografia com mais de 10 anos
- um sapato de ir a concertos (esse foi fácil: uma pantufa, porque ultimamente só vou aos concertos no digital concert hall)
- algo feito à mão por nós próprios
- algo de desporto
- o meu livro favorito
- um postal com uma paisagem

Quando o piano se calou voltámos aos nossos lugares, e cada um mostrou as suas coisas e contou as respectivas histórias. Para mim, este foi o momento alto da festa de Natal: nunca estive tão próxima dos meus colegas de coro como neste momento em que mostravam uma fotografia do casamento, ou de algum filho, ou de uma palermice qualquer, ou o leque de tai-chi, ou o colchão de yoga, etc.

Depois estivemos a apreciar os adereços de Natal que alguns tinham posto em si próprios (o meu favorito foi a nossa solista, que meteu a cabeça dentro de embrulhos de Natal, com luzinhas a piscar à volta).

Outro dos momentos altos da festa foi a leitura das nossas respostas, arranjadas num texto muito bem composto que nos fez sorrir e soltar uma ou outra lágrima: ouvindo o que alguns têm encontrado de bom neste estranho tempo, sorrindo com os desejos mais divertidos, rindo com os animais malucos que inventaram. 

No fim cantámos da mesma maneira que temos ensaiado ao longo de todos estes meses: o pianista a tocar a peça, e nós a cantar com ele, cada um em sua casa. Entoámos uma canção de Natal da RDA que eu não conhecia, e é muito bonitinha:


As pessoas foram saindo a pouco e pouco, até que ficou apenas um pequeno grupo a saborear até ao último momento o copo de vinho e a presença dos outros. 

Nunca pensei que uma festa de Natal no zoom me pudesse deixar com o coração tão cheio. 
E já combinámos que na próxima festa - que será com certeza ao vivo! - vamos repetir o jogo dos objectos. 


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