A frase "2021 vai ser um ano ímpar", que li esta manhã no mural de facebook de uma amiga que tem imenso sentido de humor, ofereceu-me a primeira gargalhada do dia.
Não tenhamos dúvidas: 2021 vai ser um ano difícil. Talvez melhore lá para o Verão, se as vacinas chegarem para todos, tornando de novo possível os encontros entre as pessoas e o relançamento da actividade económica. Mas até lá ainda teremos muitas pedras no caminho.
Pelo que a fórmula "feliz ano novo", que costumamos repetir nesta altura, soa ainda mais desamparada que habitualmente. 2021 exige de nós muito mais que os tradicionais votos de "bom ano" e engolir 12 passas seguidas à meia-noite, na esperança confiante de que o Universo faça a sua parte e nos dê sorte.
Por estes dias tenho pensado no Nikita, o sobrevivente de Buchenwald, quando apontou para o seu amigo Emil Alperin e nos disse "se não tivesses um camarada no campo, estavas perdido. O Emil era o meu camarada."
Em 2021 precisamos de ter "um camarada". E temos de ser "o camarada" que ajudará alguém a atravessar a parte mais difícil do ano.
À meia-noite não vou comer doze passas nem desejar um ano feliz a ninguém. Estou a tentar ganhar coragem para me comprometer com o mundo.
Para, ao entrar no ano novo, conseguir dizer: estou aqui - podem contar comigo.
E isso, sim: faria de 2021 um ano realmente ímpar.
2 comentários:
De Sydney chegou-me a notícia que descobriram que afinal o ano novo 2021 também é mau (enfim a palavra não era bem esta...).
Lá para meados do ano falamos outra vez. :)
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