24 julho 2020

a turista acidental



Quando fiz as malas para vir para a Bretanha tive o cuidado de incluir poncho, impermeável e galochas. Mas o aquecimento climático (ou então deu a senilidade precoce do São Pedro) trocou-me as voltas. Durante o confinamento, raramente choveu. E mesmo depois, tem dias. 

Isso mesmo: tem dias. Eu é que me esqueço - e esqueço-me sempre de levar o impermeável. 

Hoje, por exemplo: vesti-me de verão, e pus-me a caminho de Pont-Aven. Depois do almoço - justamente quando queria dar um passeio pelo Bois d'Amour até à capela onde o Gauguin encontrou o seu "Cristo amarelo" - começou a chover. Ora, fazer uma caminhada de vinte minutos à chuva não tem graça nenhuma, pelo que entrei numa loja de turistas para comprar um impermeável bretão.
De qualquer modo já andava há meses a namorá-los, será hoje? será amanhã? - foi hoje. 

Escolhi depressa, mas demorei um bocadinho mais a pagar, porque o leitor de cartões estava esquisito. Quando saí da loja, já tinha parado de chover. 

É a Bretanha...

Em todo o caso: já cá canta um impermeável. Que isto de ir à Bretanha e não comprar um impermeável é como ir a Roma e... e... não comprar um daqueles globos com neve a cair no Coliseu. Ou outra porcaria qualquer para turistas.


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