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Encontrei este vídeo no mural de facebook do Vasco Pimentel, com um comentário a dizer assim:
"Ergue-ma até dizer chega."
A gente ri-se muito e partilha, claro. Mas não consigo evitar um certo sabor amargo: é óbvio que eles escolheram este nome para a gente se rir muito e partilhar. Hoje em dia, em termos eleitorais, andar nas bocas do mundo é o plano B para quem não consegue ter participação num programa de televisão, ou até um programa seu.
Beeem, mas já que me ri e partilhei, partilho mais algumas piadinhas:
Do Paulo
Pinto, no facebook:
"a moda dos partidos-interjeição parece ter pegado. Primeiro foi o populista Chega! (que integrava a coligação Basta!) e agora o nacionalista Ergue-te!. Aguardo ansiosamente pelo radical Toma!, pelo anarquista Foda-se!, pelo europeísta Yess! ou pelo pacifista Tásse!"
Também havia
alguém que dizia:
"Ergue-te!
o partido do
Comprimido Azul"
E o Jovem
Conservador de Direita, com a habitual precisão cirúrgica:
"O país soube ontem que o PNR passou a chamar-se Ergue-te. Fico surpreendido, pensei que o PNR já nem existia; pensei que os chegófilos os tinham afogado como vulgares migrantes do Mediterrâneo. E se era para afogar migrantes, até o Dr. Pinto-Coelho concordaria. É uma excelente notícia, como quando sabemos todos os anos que o Dr. Vasco Granja morreu, mas permite-nos recordar o Dr. Vasco Granja.
Este
rebranding da União Nacional, outrora PNR, demonstra progresso. Tenho dúvidas é
que as 17 pessoas que ainda apoiavam o Dr. Pinto-Coelho aceitem. O Dr.
Pinto-Coelho deve ter preparado uma sessão de slides e acetatos e terá dito:
"Nós éramos a Kas Cola da extrema-direita e fomos ultrapassados pela Spur
Cola. Temos de nos adaptar e ser mais como a Spur Cola. Aliás, nós nem somos
como eles, eles é que são como nós, mas mais eficazes. Por isso, temos de nos
identificar como outra coisa, apesar de termos nascido uma coisa.
Ergue-te!" E ergueram-se todos, apesar da idade.
É claro que há
quem diga que o nome do partido parece um anúncio de disfunção eréctil. E de
certa forma é. Se pensarmos na democracia como um útero à espera de carregar no
ventre partidos políticos que a inseminam, o PNR sempre foi o pénis flácido
porque não consegue excitar-se com democracia. Fica ali, como um apito, feito
de pano, a fazer de conta que quer muito, mas acaba por se retrair e parecer
uma pequena vagininha, uma portinha USB, penetrada por outros partidos que disfarçam
melhor.
O travestismo
pode salvar o PNR. E pode salvar-nos da extrema-direita (que não existe).
Quantos mais partidos houver, mais polarizado fica o voto. Se tivermos o Chega,
o Ergue-te e, em breve, numa última tentativa de sobrevivência, o CDS, o voto
fica polarizado e haverá menos hipótese de elegerem deputados. É claro que o
CDS terá de mudar de nome também. Por exemplo, poderá ser baptizado como o
Pilão da Democracia, numa alusão a um utensílio de cozinha que serve para
esmagar ingredientes. É claro que tem também uma alusão a masculinidade, tão
presente no Dr. Nuno Melo e no Dr. Chicão. Acima de tudo, ficam lado a lado com
outro utensílio de cozinha que todos eles amam."
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