25 julho 2020

a Bretanha (des)igual a si mesma

Na noite passada dormi com a janela aberta, e antes de adormecer fiquei a olhar para as nuvens densas que passavam cheias de pressa. Era estranho, porque não havia vento nenhum mas elas passavam baixas e velozes. 

Hoje amanheceu cinzento. "Óptimas notícias!", pensei eu, "daqui a nada muda, vai ser um belo dia" - e pus um vestido leve para ir à feira semanal de Saint Renan (o meu novo vício aos sábados) e seguir depois para dar um mergulho nas águas verde-paraíso do Aber Benoît, e apanhar uns bigorneaux para o jantar. 

Como previsto, daí a nada o tempo mudou. Sim, mudou - mas para pior. Quando saí de Saint Renan, a caminho da praia Sainte Marguerite, a chuva desbragou-se toda, como se a Bretanha se quisesse desforrar num dia só de todas as semanas de verão que já nos deu. 

Era tão forte que perdi até a vontade de ir visitar algumas igrejas que tenho na minha lista.
"Não, nem pensar. Este tempo pede chá e gâteau breton, e o conforto de casa", decidi.
Dei meia volta e regressei a Brest. 

Quando estacionei o carro em frente de casa, parou de chover. E quando comecei a fazer o chá, o sol abriu a prometer uma linda tarde. 

Alguém arranje de mandar o São Pedro bretão a um psi, que este comportamento não é normal. 

 

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