Em França, o confinamento foi aliviado parcialmente na segunda-feira passada.
Na Bretanha também - e nós aproveitámos para fazer como os animais selvagens com as cidades desertas: começámos a recuperar cautelosamente o nosso antigo habitat de turistas.
Preparámos um farnelzinho, e abalámos para a península de Crozon que fica a... a... bem, ao lado de Brest (continuo com problemas de saber para que lado é o norte nesta terra que tem o mar a sul).
O meu cunhado tinha dito "ai, Crozon, não vão para lá, é muito turístico", mas resolvemos arriscar, e valeu a pena: em todo o dia só nos cruzámos com uma dúzia de espécimes da nossa raça.
O clima da Bretanha, não sei se sabem, é só pirraças: quando cá chegámos, chovia como se fosse Abril. Mal o Macron mandou toda a gente para casa, os dias ficaram lindíssimos. E quando chegámos ao primeiro dia de liberdade condicionada, foi isto:
Isto, e a primavera que está a passar por aqui:
Isto: nuvens, frio, vento fortíssimo. Fizemos várias caminhadas (Cabo da Cabra, Ponta de Dinan, Ponta de Pen-Hir, Ponta dos Espanhóis - que é a virada para Brest, à entrada da Rade) - mas eu só fazia as partes em que o vento soprava do mar para terra, porque o confinamento aumentou bastante a minha área vélica, digamos assim, e não me dava jeito nenhum voar pela ribanceira abaixo. (Especialmente agora, que podemos finalmente passear um pouco: era o autêntico "morrer na praia"...)
Também tropeçámos por todos os lados em bunkers alemães da segunda guerra mundial. Só de ver a extensão do aparato militar em toda a costa, juntamente com o grande número de igrejas relativamente recentes e o pequeno número de igrejas antigas que há em Brest, imagino o horror que terá sido a guerra por aqui, e os tantos motivos que este povo teria para odiar a Alemanha.
Esta costa é lindíssima - sem dúvida. E gostámos imenso deste primeiro dia de esticar as pernas para além do quilómetro a que tivemos direito durante dois meses. Mas foi estranho andar numa região turística sem turistas. De facto, nem turistas nem habitantes. Mas isto não é uma queixa, é apenas uma constatação.
5 comentários:
Pronto, convenceu-me, a minha próxima road trip (odeio aviões e agora ainda mais) vai levar-me à Bretanha e depois à Normandia (sou fanático pela história da segunda guerra). Só desejo é ter a sorte de por lá estarem os poucos turistas que encontrou.
Admiráveis olhares fotográficos. É a liberdade da Primavera a trazer-nos Paz e felicidade
.
Um domingo de Paz e bem
Cuide-se.
Ai, deu-me saudades de deambular pelo Porto e Gaia contigo! Quando isto acabar repetimos? Pode ser noutra cidade qualquer.
Lúcio Ferro, isso dos turistas: não garanto nada!
Mas se evitar o verão, é capaz de não estar tudo tão cheio.
(Por outro lado, pode ter o azar de apanhar imensa chuva)
Calita: combinadíssimas! :)
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