O recente episódio do bloqueio deste blogue por parte do Facebook suscitou vários comentários sobre eu ser adepta de censurar certos discursos, mas queixar-me quando sou eu a vítima da censura.
Há uma anedota alemã que ilustra na perfeição o que há de ridículo nesta crítica:
Numa manifestação de neonazis grita-se:
- Morte aos judeus!
O pessoal da contramanifestação responde:
- Não!
Um observador comenta:
- Vejo que estamos perante opiniões opostas. Temos de debater para encontrar um meio-termo.
Não: não temos de encontrar um meio-termo entre a barbárie e os valores espelhados na Declaração dos Direitos Humanos. No dia em que no meu blogue defender a barbárie, estejam à vontade para me censurar. O espaço público de debate devia estar disponível apenas para aqueles que exprimem as suas ideias dentro da legalidade democrática e o respeito pelos valores básicos da nossa sociedade.
2 comentários:
A mesma falsa simetria entre Ciência e Criacionismo, defesa da verdade histórica e negacionismo, ou a realidade do aquecimento global e as teses daqueles que o desvalorizam, atribuem a outras causas que não as emissões antropogénicas de CO2, ou mesmo o negam...
Não, as opiniões não têm todas o mesmo valor e o disparate existe e se tiver consequências graves pode e deve ser suprimido.
O Liberal Popper expressou muito bem a necessidade da Democracia de se defender destes ataques quando formulou o paradoxo da tolerância. Nenhuma tolerância aos intolerantes, de outro modo arriscámos que estes, chegados ao Poder, liquidem a Democracia e com ela a tolerância.
É costume dizer "Quem não se sente não é filho de boa gente." Estou convicta que a Manuela é filha de boa gente e teve a reacção normal que qualquer pessoa de bem teria. "Os cães ladram e a caravana passa." Não vale a pena gastar tempo com quem só sabe refilar em vez de contribuir. Abraço!
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