24 julho 2018

identidade e nacionalidade

Aquela conversa do Trevor Noah sobre os africanos se orgulharem dos feitos de outros africanos continua a dar-me que pensar. Deixando de lado o problema original que suscitou a resposta do embaixador (a ideia de que ser francês é uma questão de melanina), e passando para a questão das identidades e da cidadania, trago um comentário e dois artigos que partilharam no meu mural de facebook, a propósito do meu post anterior sobre este tema:

Só acrescento que tenho uma conhecida americana que odeia ser chamada african-american. A família que ela conhece (ou seja, provavelmente até aos avós) era americana, e ela não tinha desejo nenhum de se identificar como africana, quando a família era americana há algumas gerações. 
E um comentário que li por outra rede: não há uma caixinha para "caribean-american", se calhar porque no fundo o que se está a classificar é a cor da pele e não a origem/cultura/nacionalidade.


VOX:
Trevor Noah’s feud with France over race, identity, and Africa, explained
This history means that traditional French liberals — the camp in which Araud is best situated — have a very particular approach to race and racism.


They believe that the best way to convince French citizens to accept diversity is to convince French whites that Muslims and people of African descent are every bit as French as they are. Playing up their ethnoreligious differences, they believe, only serves to distance them from their essential Frenchness. What’s worse, they argue, it fuels a narrative on the French far right that people who aren’t European by blood can never truly become “French.”
(...)
Trevor Noah is, of course, coming from a different perspective. A black South African man working in the United States, he’s steeped in the culture of two countries whose entire existences were defined by race and racial oppression. Both nations have, in different and distinct ways, developed official cultures of multiculturalism — a celebration and accommodation of racial differences, rather than an erasure of them — as a means of trying to reconcile racial tensions.

Noah’s response video is essentially an extended defense of this model and a head-on critique of traditional French assimilationism. For one thing, Noah argues, the French model erases the positive pride that Africans, both on the continent and in the diaspora, feel in their common heritage.

É aqui que a questão do Brasil se torna muito interessante: tanto quanto sei, o sucesso deste país ao nível da política de integração das diferentes nacionalidades e culturas não lhe merece críticas por parte de outros países. 


The Guardian: How America's identity politics went from inclusion to division - não copio para aqui um excerto. Este artigo é para ser todo lido, atentamente.


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