28 abril 2015

pura vida - uma cauda de baleia



No hotel disseram-nos muitas coisas. Que havia uma praia lindíssima, a playa Ventanas, que para ver a famosa cauda de baleia da região era preciso ter maré baixa, que a maré começava a subir às nove e meia da manhã, que havia um restaurante de peixe grelhado fresquíssimo junto à cascata El Pavón. Parecia que sabíamos tudo, e não sabíamos nada, afinal. A praia Ventanas ficava a milhas da cauda de baleia, a maré só subia ao meio dia, o restaurante era demasiado longe. Depois de uma hora a bater com a cabeça nas paredes (ou com o carro nas curvas da estrada) conseguimos chegar enfim à praia de Uvita. Essa praia, como tantas outras na Costa Rica, está integrada num Parque Natural, e é preciso pagar para entrar. Pagámos, que remédio. Fizemos um longo passeio pela praia até chegarmos à formação rochosa em forma de rabo de baleia, mergulhámos e brincámos naquela água quentíssima. Já tomei banhos de imersão com água mais fria, era tão estranho que começámos a avisar onde é que a água estava um bocadinho mais fresca, e juntávamo-nos todos lá em grande galhofa. Gentes nórdicas...
Regressámos a terra seca no momento em que as ondas já se cruzavam sobre a língua de areia.

Era Domingo de Páscoa. Queríamos ir almoçar ao tal El Pavón, mas o Matthias viu a soda onde a família dele come sempre que passam por ali, e acabámos sentados a uma mesa coberta de diversos ceviches deliciosos, num restaurante simples junto à estrada, sobre a encosta da floresta prodigiosa, em frente ao mar.




Uma cena muito típica na Costa Rica: pessoas com guarda-chuva a fazer de sombrinha.


 

 A língua de areia que leva à "cauda de baleia" na maré baixa.



 A "cauda de baleia": uma formação rochosa em frente à praia.




 O regresso a terra seca quando já se cruzavam as águas sobre a língua de areia.




Na floresta junto a este rio havia uma tabuleta naif muito bonita onde estava escrito:
"peligro, cocodrilo"




4 comentários:

jj.amarante disse...

Não sei se a frase "pessoas com guarda-chuva a fazer de sombrinha" é irónica mas antigamente os homens é que usavam mais os guarda-chuvas, as senhoras tinham sombrinhas para lhes dar sombra e proteger a delicada cútis do sol inclemente, mantendo os ombros ebúrneos como dizia alguém. Entretanto começaram a bronzear-se e a usar as sombrinhas para se protegerem da chuva.
Na China é muito frequente ver-se sombrinhas a dar sombra e quem viaja comigo vê-me com frequência a proteger-me do sol com a minha sombrinha, que dá frescura nos climas quentes.

snowgaze disse...

Tão bonito!

Helena Araújo disse...

jj. amarante,
não era irónico. A primeira formulação foi "com os guarda-chuvas a fazer de guarda-sol". No fundo é um dois em um. Assim como assim, na Costa Rica tanto pode fazer um sol estonteante como pode desatar a chover torrencialmente.

snowgaze,
é mesmo muito bonito. Aquele país é deslumbrante.

Gi disse...

Se me permites, Helena: há diferença entre sombrinha e guarda-chuva, porque este tem de ser mais forte e impermeável, enquanto aquela é mais leve e muitas vezes enfeitada.
Daí que a tua frase faça todo o sentido, sem ironia nenhuma.