25 fevereiro 2015
qed
Estava aqui tão bem, abro o facebook, e zimbas, cai-me este stress em cima.
Será que estarei à altura desta responsabilidade? Será que tirei das últimas horas de ontem - únicas, irrepetíveis, e pelos vistos contadas - tudo o que tinha a tirar delas? E das de anteontem, que já nem me lembro o que fiz?
Oh, que coisa, estava aqui tão bem, e agora isto...
(claro que percebo a ideia, e até lhe acho graça, e às vezes até penso do mesmo modo - mas prefiro oferecer-me a suprema liberdade de olhar com gratuidade para os meus dias, e até com indulgência e cumplicidade para os dias mais fracassados) (que esta vida são dois dias, e era pena desperdiçar um deles numa ansiedade de não ficar aquém de mim)
(esta manhã, esta ao menos, vai para o lado do crédito no balanço, porque foi muito bem aproveitada: marchou meia caixinha de Mon Chéri) (por este andar, até ao fim da semana já me terei ultrapassado, e em muito) (será que há alguma loja de roupas XXL em saldos?) (sim, ultrapassarei todos os meus limites físicos, e até mentais - que aquele licor de cereja nem sei que vos diga que vos conte) (a culpa é do São Valentim, tinha os Mon Chéri a preços irrecusáveis)
(de onde se prova que o amor transforma e leva-nos além de nós) (hic, perdão, qed)
(devo ser o primeiro caso de demonstração de teorema sem teorema e sem intenção de demonstração) (se abro mais um parêntesis, ainda corro o risco de dar comigo num frasco de formol num museu de História Natural)
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1 comentário:
O licor dá-te para umas ideias muito interessantes.
Essa de a vida ser dois dias e ser pena desperdiçar um deles na ansiedade de ficar aquém de ti é muito boa, muito "insustentável leveza".
Terei de citar.
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