15 fevereiro 2015

Berlinale 2015 - Je suis Annemarie Schwarzenbach






O filme "Je suis Annemarie Schwarzenbach" começa de forma muito prometedora, com as cenas do casting para o filme. Ainda não é o filme, e já está lá tudo - a busca de Annemarie, os pontos de contacto entre os actores e ela, entre nós e ela. Quem sou eu, quem é Annemarie? Annemarie como o resultado de uma busca, construção, escolha, afirmação. Como cada um de nós, afinal.

Foi feito antes da onda "je suis Charlie", mas parece uma cópia: um olhar sobre a Annemarie Schwarzenbach que nos questiona sobre a nossa e a sua identidade. O problema é que entretanto já fizemos esse exercício com o Charlie, não precisamos de o repetir para a Annemarie. Há azares de timing.

Uma vez escolhidos os vários actores que serão todos eles Annemarie, o filme desenha-se entre o improviso e a encenação, num relato prismático que se perde entre o "ela" e o "eu" de quem a procura e representa. O ritmo e a inspiração vão falhando. No final aparece uma figura ridícula a fazer de fauno, e um boneco ambulante a fazer de urso. Representarão o perigo e o mistério que nos espiam das margens da nossa vida, explica no fim a realizadora, Véronique Aubouy.

Annemarie Schwarzenbach não merecia um final tão, digamos assim, artesanal.


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