14 fevereiro 2015

síndrome de Estocolmo



Ontem falaram outra vez de mim no Governo Sombra. Para o que uma pessoa está guardada: sexta-feira à noite descansadinha da vida, e de repente, zimbas! Falam quase tanto de mim como da Lagarde, por este andar lá terei de ir ao fundo da gaveta buscar os Burberries que os amigos me deram. Talvez fosse boa ideia começar a pensar em comprar um chanelzinho em segunda ou terceira mão.

Os simpáticos governantes vieram  a Berlim em 2011, fi-los sofrer horrores (saiu na imprensa de referência, e com detalhes - a revista Volta ao Mundo acusou: Helena Araújo mostra a sua costela teutónica e estuga o passo) (um deles saiu de Berlim a coxear, e no último dia fizeram de conta que saíam cedo para o aeroporto e esconderam-se no hotel). Apesar de tudo, ontem até mandaram beijinhos. Não sabia que a síndrome de Estocolmo tinha efeitos tão duradouros.

(Beijinhos de volta, ó garbosos cavalheiros. E se calhar de quererem sofrer mais um bocadinho, façam favor de dispor.)

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O Valter Hugo Mãe vem a Lisboa na próxima semana. Escrevi-lhe a avisar que havia aqui um grupo de gente interessante ligada à literatura que o queria convidar para jantar. Recebi de volta uma daquelas mensagens tipo "desculpe, estou ocupadíssimo, não posso responder já". Ora bem, em termos de ocupadíssimo andamos todos ao mesmo (e eu fui pateta, em vez de a apagar, devia ter copiado aquela mensagem para dar um toque de Literatura aos meus atrasos epistolares), mas ele não sabe o que perde: sensações tão fortes que estão garantidos pelo menos três anos de mixed feelings.

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E agora com licencinha, vou para a vida real: tenho de levar o Fox a conhecer a sua dog-sitter para amanhã (é uma vizinha que estava capaz de pagar para poder ficar com ele umas horas), e os vizinhos do lado vieram-me convidar para comer ostras. Isto a vida é muito dura, mas é preciso acreditar que dias melhores virão.


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