No facebook há uma página para fazer uma vaquinha que pague os 1300 euros da multa. Para já, pedem que se "goste" da página. Depois dirão como vão recolher o dinheiro. Que venha por aí um movimento, e que seja este o seu santo e senha: "não temos medo dos medrosos".
A nossa voz vale mais que isso: 1300 para pagar a multa
PS. (à atenção da Presidência da República)
Recentemente, na Alemanha, por causa do favor de uns juros ligeiramente mais baixos no crédito para compra de uma casa, e por ter tentado pressionar um meio de comunicação social, o presidente da República foi obrigado a demitir-se. Normalmente estas coisas resolvem-se imediatamente, mas a Angela Merkel andava muito ocupada com a crise do Euro e não tinha cabeça para mais esse problema (isto sou eu a pensar). Durante as poucas semanas entre a notícia do negócio obscuro e a renúncia ao cargo houve um aceso debate público, no qual se chegou a afirmar que cada dia que ele se mantinha no cargo era um retrocesso e um golpe para a Democracia. Houve várias manifestações em frente ao palácio presidencial, nas quais os alemães agitavam sapatos no ar, em sinal do mais absoluto desprezo por aquele presidente. Não foi preciso polícias à paisana denunciarem - as próprias televisões filmavam e passavam no horário nobre. Ninguém foi preso, ninguém pagou multa.
O presidente saiu, finalmente, e trataram logo de mudar a lei que concede a ex-presidentes uma boa reforma, além de gabinete, secretária e motorista - para que os contribuintes não estejam a pagar a quem sai nestas condições.
Mas afinal quais foram os graves erros que ele cometeu e justificaram tanto desprezo e tamanho castigo?
Estes: com a ajuda de um amigo banqueiro, comprou uma casa a juro ligeiramente mais baixo que o corrente - o que é gravíssimo, porque um político não pode dever favores a empresários (não preciso de continuar a fazer o desenho, pois não?); e quando soube que ia sair nova reportagem sobre o caso, telefonou ao director de um jornal pedindo que a notícia saísse só após o seu regresso à Alemanha, já que andava em visita oficial no estrangeiro e a essa distância não podia reagir. Infelizmente o director não estava, e ele deixou um recado muito exaltado no atendedor automático de chamadas. "Só por ser tão burro", diziam os alemães, "já não merece ocupar aquele lugar".
5 comentários:
Mas isso aconteceu num país onde existe a noção de vergonha.
(Acho que estou a repetir-me)
Há que reconhecer: somos muito pouco exigentes. E o «vosso» PR era, de facto, muito burro!
(já o «nosso»... enfim, não há palavras que o descrevam plenamente)
Carlos,
é verdade: não se acredita que o homem deixou uma mensagem irada num gravador de um jornalista!
Em compensação, o que temos agora dá mesmo muito gosto.
Feliz país que gosta muito dos seus presidentes, e manda passear os que não o merecem.
Estou alegre por encontrar blogs como o seu, ao ler algumas coisas,
reparei que tem aqui um bom blog, feito com carinho,
Posso dizer que gostei do que li e desde já quero dar-lhe os parabéns,
decerto que virei aqui mais vezes.
Sou António Batalha.
Que lhe deseja muitas felicidade e saúde em toda a sua casa.
PS.Se desejar visite O Peregrino E Servo, e se o desejar
siga, mas só se gostar, eu vou retribuir seguindo também o seu.
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