Começo por mostrar a minha preferida:
(são casas geminadas, mas com formas e cores diferentes; a da direita foi construída à volta de uma árvore)
As casas pretendem-se bastante abertas (sem medos da vizinhança curiosa e das janelas indiscretas), mas com alguns espaços de refúgio:
Tem muitas mais, claro, mas eu só fotografei estas porque já passava das duas, o pessoal estava esfomeado e a implorar silenciosamente para nos irmos às famosas salsichas grelhadas da Turíngia.
E já que estou com a mão na massa, aqui ficam fotografias da primeira casa construída pelo movimento bauhaus, na altura da grande exposição de 1923 (o projecto vencedor não foi, curiosamente, o do director Gropius, mas o de Muche, que era um pintor):
Em vez de um muro à volta da propriedade, optaram por aproveitar uma técnica de embalagens industriais que na época se inventara na Holanda. Assim conseguiram separar o jardim da rua sem se perder a vista para o parque, mesmo em frente.
Estes candeeiros embutidos na parede são muito engraçados. Não é que dêem muita luz, mas esta também não era uma casa para se viver, era só para mostrar.
Em Erfurt, a vinte quilómetros de Weimar, também andam a fazer umas casas interessantes no centro histórico da cidade:
Como se vê na esquina desta casa, só se pode abrir uma pequena parte da janela. É uma solução interessante para ter luz sem os custos de uma janela, mas pergunto-me como é que o morador do andar de cima lavará os vidros. A não ser que tenham inventado um sistema de janelas "auto-lavantes", como já há nos fornos de alguns fogões... (ora aqui está uma coisa que podiam inventar, sim senhor)
Erfurt, para quem não sabe, é uma cidade assim:
Esta rua não é apenas uma rua, é uma ponte com casas - no seu género, a maior da Europa. Hei-de ir lá a melhor hora, que esta fotografia, feita ao lusco-fusco, está uma porcaria.
Vista das casas, do lado de fora da ponte:
Vista da catedral e da igreja vizinha, ao anoitecer:
5 comentários:
Concordo com a escolha da primeira casa. Até já estou a imaginá-la ali na Senhora do Monte. Deitava uma que lá está abaixo, que é feia, e punha lá esta. Com um fosso cheio de crocodilos amestrados à volta.
(Esqueci-me de dizer que a parte dos crocodilos é uma brincadeira)
(E a ver se a mensagem chega ao destino)
Eu percebi, claro.
Tu tem cuidado: nos tempos que correm é muito importante dizer que se trata de uma citação!
Quais Senhora do Monte? Qual casa?
Pois é. Ainda alguém me retira o grau académico. A parte dos crocodilos é uma citação. Disse.
E quando a gente diz coisas como "alma minha" ou "engenho e arte" ou "má fortuna, amores ardentes" ou "assoar-se à gravata"? ou "atire a primeira pedra"?
É preciso avisar que é uma citação?
É preciso acrescentar "como dizia o outro"?
É que toda a nossa língua foi dita por outro...
(não, não estou a defender o Guttenberg, que parece que este Carnaval participou num cortejo disfaraçado de dr. ...)
Olhei outra vez para a primeira casa. Linda!
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