Nem sei que escrever num dia assim.
Sem pensar muito, o primeiro impulso era para pedir que me agarrem, que estou quase a participar na tal manifestação para mandar passear a classe política (eu sei, não precisam de comentar). O segundo era para pensar uma maneira de nos juntarmos à Espanha: talvez uma Ibéria tenha mais hipóteses de definir um caminho europeu, em vez deste nosso ir na cauda e de chapéu na mão. O terceiro era para (agarrem-me! que vai sair outra vez disparate) ficarmos como a Bélgica, sem governo. Sempre se poupavam as despesas de representação e assim. Ah, afinal o terceiro impulso é apenas uma pequena variação do primeiro.
Os noticiários alemães falam do país mais pobre da Europa Ocidental, e do endividamento. E, oh!, como estou curiosa para ler nas revistas semanais os artigos que porão a nu as trocas e baldrocas deste meu país que parece não conseguir sair do lugar apesar do tanto que se agita.
Depois penso mais um bocadinho, e assusto-me: prevejo o moço das fotocópias a ocupar outra vez uma cadeira ministerial e a brincar às batalhas navais. E vejo os mais pobres de Portugal a viver em condições de ainda maior pobreza - "enquanto houver batatas e couves para uma sopinha...", dizem-me. Enquanto os restaurantes topo de gama se enchem de gente bem-falante que tem imensas ideias sobre como se governar em Portugal.
11 comentários:
Boa tarde Helena,
Como diz algumas das suas angústias é melhor não comentar :)
Quanto a de não termos governo, como a Bégica, já me passou pela cabeça mas francamente nós não somos "les frites" e além disso a Bélgica tem dois governos a funcionar: o valão e o flamengo.
talvez irmos para a regionalização.
Aqui pelo Alentejo um Governo regional era óptimo ...ou não fossemos alentejanos ( mesmo adoptivos ).
Dias melhores virão.
Cumprimentos.
P.S. : estava à espera de um post sobre o raspanete que a "sua" chancler deu ao Pedro Passos Coelho. A Senhora estava mesmo zangada.
Bingo, Gui!
Há umas semanas comecei a pensar se fossemos uma efectiva colónia alemã ou inglesa talvez fossemos mais felizes. Éramos melhor governados e tínhamos, se para aí estivéssemos virados, um inimigo a unir-nos.
Sermos colónias de influência como agora não está a resultar.
António Carlos,
ia fazer um smiley, mas depois lembrei-me que não é caso para rir...
António P.,
não vi a reacção da Merkel a isto. Mas olhe que ela ultimamente anda sempre com cara de zangada.
O regionalismo, não sei se era boa ideia: já viu esta trapalhada multiplicada por várias regiões?
E que tal mais centralismo? Pôr a Merkel a mandar em Portugal. Assim como assim já manda... ;-)
Pelo menos a Segurança Social ficava muito melhor. Os pobres portugueses iam ser promovidos a classe média.
"deste meu país que parece não conseguir sair do lugar apesar do tanto que se agita."
aqui está a síntese precisa!
Olha.
Obrigada, Paulo.
Em breve hei-de ir passear pelo jornal "das Parlament", para ler com calma o que dizem sobre o euro.
Se quiseres, olha:
http://suche.bundestag.de/dpSearchAction.do?query=euro&submit=%3E%3E+suchen
Ver o nosso país através da impressa alemão deve ser angustiante!
O raspanete a Passos Coelho foi de facto duro.
Não leias isto :
http://blogs.telegraph.co.uk/news/peteroborne/100081316/some-european-countries-are-in-the-habit-of-going-bankrupt/
Obrigado a ti.
mãe que capotou: acho que esse artigo põe os bois muito à frente do carro.
Emboramente... não era má ideia, não senhora...
(outro dia ouvi um alemão dizer isso mesmo: a dívida alemã - uma enormidade absurda! - não tem de ser paga. Pura e simplesmente diz-se "não pagamos", e no passa nada. Será assim tão simples?)
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