28 junho 2010
propaganda
Ao ver o filme horroroso que o Rui Bebiano passa no fim deste post, lembro Eduard Rosé, violoncelista famoso, que só por amor à sua mulher Emma, irmã de Gustav Mahler, trocou os EUA por Weimar, em 1900. Aos 83 anos foi enviado para Theresienstadt. Penso na viúva de Max Liebermann, que aos 87 anos se suicidou para evitar a deportação para Theresienstadt. Conheço-lhes a história, sei das casas em que viveram. Imagino estas duas pessoas tão concretas, imagino a sua humilhação ao serem obrigadas a despir-se e tomar um duche perante câmaras de filmar, imagino-as sentadas no meio daquelas camaratas, sem qualquer privacidade. Se este filme servia fins de propaganda, quão mais horrível ainda seria a realidade?
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