Hoje à noite, às oito e um quarto, na Potsdamer Platz, Durão Barroso empurrará a primeira pedra da ponta de um dominó gigante. Espera-se que as pedras caiam em cadeia, indo encontrar-se em frente à Porta de Brandemburgo com as pedras que vêm do outro extremo, empurradas por Lech Walesa.
Numa perspectiva simbólica, faz sentido que o actual Presidente da Comissão Europeia esteja numa das pontas deste dominó.
Mas há algo de muito perverso no facto de ser justamente este homem quem vai lançar o efeito dominó democrático. Já o fez uma vez, para nossa vergonha.
(Porque é que não me perguntam a opinião antes de tomar as decisões? Melhor seria ter num dos lados do dominó democrático o Presidente do Parlamento Europeu. À parte a abstenção (!..), sempre é um orgão eleito democraticamente.)
(A não ser, claro claro, que haja entre os visionários desta comemoração alguém com uma mente muito complexa, que terá posto propositadamente naquele lugar Durão Barroso, mais que o "Presidente da Comissão", para simbolizar o nosso tempo. De um lado Lech Walesa, revolução popular movida pela sede de Liberdade e Democracia, e do outro lado Durão Barroso, contra-revolução escolham-vocês-o-adjectivo-mais-adequado...)
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