Hoje de manhã telefonaram os primos da Holanda. Que afinal conseguiram resolver tudo muito mais depressa do que pensavam, que afinal também podem vir. Se há espaço para eles na nossa casa?
Com certeza - para quem ocupa um lugar tão grande no nosso coração arranja-se sempre espaço. Além disso, não são esquisitos: dormem em dois colchões no chão do escritório, e os miúdos juntam-se aos outros lá no acampamento do quarto do Matthias.
A minha sogra não quer acreditar que isto está a acontecer e que eu não fico à beira de um ataque de nervos. Confesso que um ataque de nervos agora, com a casa a encher-se desta maneira, não era grande ideia.
É obviamente um caso de diferenças culturais. Os alemães - e não leiam o mínimo vestígio de crítica no que vou dizer! - preparam-se para uma coisa, planeiam com todo o detalhe, e não admitem variações ao inicialmente previsto. Para um português, isto é estranho. Nem me passaria pela cabeça dizer àqueles primos "tenham paciência, mas só me preparei para 16 pessoas, por isso não podem ser 20". Em contrapartida, a minha sogra - e muitos alemães como ela - acha que é uma grande malcriadice telefonar no próprio dia a perguntar se também podem vir. Ora isso é que seria, para mim, escandaloso: poderem vir, e não ousarem perguntar, por uma questão de delicadeza!
Ando aqui há vinte anos, e ainda me conseguem surpreender.
Às tantas, sou mais um daqueles famosos casos de estrangeiros que não se integram...
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