27 março 2009
quem corre por gosto...
Há uns meses, fiz na turma do Matthias a proposta de irmos todos, pais e filhos, a um museu da Matemática fantástico que há em Gießen, a escassos 500 km de Berlim.
Uns aplaudiram freneticamente, outros acharam um disparate.
O resultado é que me puseram a mim a tratar de tudo, e amanhã lá vamos de autocarro, vinte e um alunos e quinze adultos, rumo a uma visita de quatro horas num museu "hands on", agarrar para perceber.
Perceber, percebo eu agora no que me meti:
Um dos pais vai enviar uma patrulha de trânsito para inspeccionar o autocarro antes da nossa saída. A professora exigiu que os pais assinassem todos uma folha a informar se o filho sabe nadar (e que grau) e a autorizar que ande a brincar numa piscina. Os alunos não querem os pais na festa de saturday night fever (disse-lhes que os pais não são tão sem graça como eles pensam, mas tenho cá uma intuição que não ficaram muito convencidos). A direcção da piscina recusa-se a delimitar uma área para este grupo poder fazer alguns jogos, e diz que só podemos ficar lá duas horas (parece que toda a gente da cidade gosta de frequentar aquela piscina).
E o melhor é nem falar no albergue de juventude, que me obrigou a enviar um plano sobre como tencionava distribuir as pessoas pelos quartos postos à nossa disposição, e queria saber a data de nascimento de toda a gente. Ele há alemães que se conseguem sublimar.
Já fui várias vezes à escola por causa deste projecto.
Primeiro, para despertar a curiosidade dos alunos, que andavam a resmungar "então temos cinco horas de matemática por semana e ainda temos de gramar com mais matemática ao sábado e ao domingo?"
Depois, dar algum apoio aos três grupos que se formaram para preparar o acontecimento (o da animação no autocarro, o da piscina, e o da festa no sábado à noite - estes disseram-me que gastaram 29 horas a escolher músicas para dançar, e até telefonaram às raparigas para lhes perguntar a opinião, é tão bonito ter 12 anos).
E ainda tenho de preparar um concurso de perguntas difíceis para a viagem, e um "rallye do museu".
De modo que agora estou assim: aimêdês, e se a Polícia não deixar sair o autocarro? aimêdês, e se a viagem for uma estopada? aimêdês, e se eles se cansarem do museu ao fim de duas horas? aimêdês, e como vai ser a festa se eles não querem lá os pais? aimêdês, e se a piscina está cheia demais? aimêdês, e se não acharem graça nenhuma à visita da cidade, guiada por alguém do museu que fará uma abordagem matemática do que se vê?
Se aimêdês quiser, lá para segunda-feira conto como sobrevivi.
(foto tirada daqui)
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