Num momento de inconsciência propus ao Matthias que amanhã, no seu recital de piano, toco uma canção que antecede a que ele aprendeu, do livro de canções de Natal de Bela Bártok. Disse-lhe que ficava mais bonito, porque é um conjunto de variações.
Agora estou aflita, a achar que vou tropeçar nos dedos, e sem saber escolher o tom próprio da interpretação de Bartók, entre o demasiado ligeiro e o martelo mecânico.
Nestas crises de dúvidas interpretacionais, lembro-me sempre de um amigo brasileiro, que quase foi corrido do conservatório de Heidelberg porque, quando a professora tocou um Arabesque de Debussy e lhe perguntou o que achava, ele respondeu "fechei os olhos, e por um momento vi a 5. Deutsche Panzerarmee a passar sob o Arco do Triunfo".
Quem me manda a mim, sapateiro, ...
(pum pum pum pum pum pum pum pausa pum pum pum pum pum pum pum pausa)
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