Por zanga às nossas ex-inquilinas - desempregadas a quem o Estado paga todas as despesas básicas, e com trabalhos não declarados para pagar o carro novo em frente à porta y otras cositas más -, decidimos que nunca mais nos faríamos cúmplices deste vampirismo.
Fizemos as obras na casa sem recorrer a um único biscateiro.
(Biscate, mas que lindo eufemismo)
Agora, que a casa está praticamente terminada e nós já vamos no segundo empréstimo suplementar, uma amiga recomendou-nos um pintor muito bom e muito barato para arranjar o apartamento de onde vamos sair. Ele veio, deu um orçamento: entre 800 e 900 euros. Perguntei "com factura?", e ele, tentando disfarçar: "ah, isso era preço de amigo, por vir com essa recomendação, mas se quer com factura, são 1.600 euros."
Outro que está desempregado, e trabalha todos os dias de sol a sol sem fazer os descontos devidos.
Acabámos por resolver de outra maneira - o apartamento vai ser pintado pelos novos inquilinos.
Mas que a tentação foi enorme, lá isso...
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Assim, o Estado Social não vai longe. Há cada vez menos gente a contribuir como deve, e há cada vez mais necessitados oficiais. Cinco milhões de desempregados, muitos dos quais recebem do Estado pão, habitação, saúde, educação (e vários etc.) - o que estaria muito bem, se fossem realmente desempregados, e não gente que suga o sistema e ainda põe cara de vítima.
É facílimo arranjar pessoal que trabalhe clandestinamente, o que nos arruina um pouco menos e arruina o Estado um pouco mais.
Sem um novo sentido de responsabilidade, este sistema não vai longe.
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Ouvi um gestor da Daimler-Benz, que trabalhou nos EUA, contar que uma das diferenças fundamentais entre a Alemanha e os EUA é a moral fiscal. Numa festa alemã, é normal ouvir pessoas contarem os truques mais ou menos legais que usam para fugir ao fisco. Quem fizer o mesmo numa festa americana, depara com ouvintes tão horrorizados como se estivesse a contar algo do género: "Eu ontem ia pela rua, vi uma velhinha trôpega que levava a carteira aberta e o envelope com o dinheiro todo da reforma à vista; passei por ela, tirei-lhe o envelope da carteira, e a pateta nem percebeu!"
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