08 julho 2025

o Ronaldo e nós

 

Estava a ler um post de quem entende muito da parte do futebol que é jogo, e dizia com delicadeza que Portugal deve muito a Ronaldo mas que chegou a hora de ele deixar de jogar, etc. Tinha uma tabela dos golos marcados por Ronaldo nos últimos campeonatos sem ser na parte em que se decide por penáltis. Era só zeros. Enquanto bebia o cafézinho da manhã, pus-me a olhar para aqueles zeros todos (que pediam mais algumas colunas de tabela, para comparar com outros jogadores e para saber também dos penaltis, que também têm o seu papel na coisa, mas pronto, ficamos assim), e de repente dei comigo a pensar naquele seu fantástico momento de poesia:
Anda bater!
Anda bater!
Tu bates bem
Se perdermos
Que se f...
Personalidade
Vai!
Tu bates bem.
Agora está nas mãos de Deus
Tu bates bem.
E foi precisamente no "se perdermos" que me engasguei no café e ia indo desta para melhor.
Ainda cá estou, ainda não foi desta, mas olhem que tinha graça eu ir de cá para lá a pensar num momento em que o Ronaldo foi absolutamente glorioso sem marcar um único golo.

(Percebo tanto de futebol como de física quântica, mas divirto-me bastante)

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A sério: com esta minha insistência em fazer posts sobre o que não sei, um dia destes ainda me convidam para comentadora na tv. Mas o que tem de ser tem muita força, portanto:
Repito que não percebo nada de futebol. Mas já ouço há pelo menos 10 anos dizerem muito mal do Ronaldo. Que está velho, que é incapaz, etc. etc. etc.
E depois, o velhinho incapaz vai e - por exemplo - faz um golo de bicicleta erguendo o corpo inteiro na horizontal, praticamente à altura da minha cabeça, e logo ali se torna um herói mundial que eleva o nosso país etc. e blablabla.
Se calhar já se inventava um mestrado de psicologia na área da bipolaridade em relação ao Ronaldo, era capaz de dar emprego a muito boa gente, e equilíbrio emocional a muitos mais.
(é golo de bicicleta que se diz, não é? é que nem isso sei, de facto)

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E por falar em bipolaridade: o triste circo à volta do funeral do Diogo Jota e da ausência do Ronaldo. Não se tratem, não.

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