Na semana passada, uma mulher alemã com problemas psiquiátricos graves desatou à facada na estação de caminho de ferro de Hamburgo, ferindo dezoito pessoas. A boa notícia: já nenhum dos feridos se encontra em risco de vida.
Muhammad Al Muhammad também estava nesse cais. Quando viu todas as pessoas a correr numa direcção, o refugiado sírio, de 19 anos, decidiu correr na direcção oposta, para travar a mulher. Juntamente com outro homem, um tchetcheno, conseguiram imobilizá-la até à chegada da polícia.
O que mais me impressiona no caso de Muhammad Al Muhammad é ele ter fugido da Síria com 16 anos para salvar a vida, e ter escolhido arriscá-la para salvar os outros. Vi-o ontem, no noticiário, a contar o que se passou. Nem sequer falava alemão, mas arriscou a vida para salvar os outros.
Já não é a primeira vez que acontece algo deste género. Há alguns anos, refugiados sírios deram-se conta de que havia entre eles um que estava a preparar um ataque na Alemanha. Foram a casa dele, dominaram-no, e entregaram-no à polícia, já bem manietado e pronto a levar. Numa outra cena de facadas na rua, também na Alemanha, alguns homens começaram a atirar cadeiras de esplanada contra o atacante. Eram todos descendentes de imigrantes turcos.
Mas claro que nada disto tem algum valor para pessoas que decidiram adoptar o ódio e o preconceito como estratégia de afirmação e valorização pessoal. E os partidos oportunistas escolhem dizer-lhes o que elas querem ouvir. Por muito mentira que seja.
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