28 maio 2024

roubar para alimentar o espírito


Memórias de outros tempos (a partir de uma conversa com com uma amiga, no facebook, sobre os bons velhos tempos em que íamos a Espanha comprar coisas que não havia em Portugal): A minha família era mais caramelos e chocolates em Tui. Às vezes uma boneca.

Quando tinha 7 anos iniciei uma curta carreira de criminalidade por causa dos caramelos e chocolates: assaltava o armário onde os guardavam, e vendia-os a uma amiguinha da escola.

Andava no crime, reconheço, mas era por uma boa causa: com as moedas ia comprar livros da colecção Formiguinha.

Só desconfiei que alguma coisa podia estar a correr mal porque o senhor da loja uma vez olhou demoradamente para a moeda e perguntou-me onde a tinha arranjado. Foi assim que descobri que andava a ser paga com as moedas da colecção do pai da minha amiga.

A minha carreira de larápia para fins intelectuais acabou no dia em que a nossa criada (posso usar o nome que se usava nessa época?) achou que eu lhe andava a emprestar demasiados livros da colecção Formiguinha, e avisou a minha mãe.

Moral da história: nunca emprestar livros a ninguém!


Sem comentários: