4. Keyke mahboobe man - My Favourite Cake, de Maryam Moghaddam & Behtash Sanaeeha
Um filme lindo, comovente e divertido sobre uma viúva iraniana de 70 anos que decide dar-se uma nova oportunidade e ser feliz numa relação. Os seus autores, que também já trouxeram à Berlinale o "Ballad of a white cow" não estavam presentes porque o regime iraniano os impediu de sair do país.
5. Crossing, de Levan Akin
(não encontrei nenhum trailer com legendas em inglês)
O filme começa com esta informação: tanto na língua georgiana como na turca, não há género gramatical. Mesmo nos pronomes, o género é neutro. Eu a pensar: "Esta tem graça. Um país é cristão, o outro muçulmano. Aparentemente, não precisam da gramática para se entenderem quanto ao masculino e ao feminino."
Uma mulher vai da Geórgia a Istambul em busca da sobrinha transsexual. E nós vamos com ela, e fazemos com ela o percurso que leva do preconceito ao acolhimento da realidade do outro.
Um filme imprescindível.
6. Sieger Sein - Winners, de Soleen Yusef
Numa escola de Wedding, um bairro berlinense onde vivem muitas famílias de trabalhadores com baixo nível salarial e/ou imigrantes, um professor muito interessado tenta ajudar à integração de uma aluna nova, de uma família curda que fugiu à guerra da Síria, convidando-a a entrar para o clube de futebol feminino.
A realizadora, Soleen Yusef, ela própria chegada à Alemanha em criança, fugindo à guerra do Iraque, decidiu homenagear com este filme a sua família, as crianças refugiadas e os professores que a ajudaram a integrar-se na sociedade alemã e a encontrar o seu caminho.
Por trás da linguagem moderna das imagens, da personagem principal que atravessa a quarta parede para se dirigir ao público, do ritmo excelente, do humor e até do sinal da luta de classes (Wedding contra Charlottenburg, hehehe), o filme oferece um retrato empático daqueles adolescentes, com todos os seus pesos e as dificuldades pessoais que trazem para o seio da comunidade escolar.
Um filme para toda a família que vale muito a pena ver.
7. A different man, de Aaron Schimberg
Um trabalho inteligente, cheio de reviravoltas, sobre o ser, o parecer e a consciência de si próprio.
Sebastian Stan recebeu o Urso de Ouro para melhor actuação. Mas eu não conseguia tirar os olhos do Adam Pearson.
2 comentários:
Obrigada por nos dares uns aperitivos destes filmes que devem ser belos
Olá Lucy,
vou tentar escrever sobre todos os filmes que vi. E alguns foram realmente belos. Mas é complicado, porque a vida está cada vez mais acelerada.
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