20 setembro 2023

* Evocação do 25 de Abril de 1974 - Concurso de ideias *

 


Que acham de, a propósito do cinquentenário do 25 de Abril, fazermos um concurso de ideias para uma escultura mais ao gosto do nosso tempo, para substituir a escultura do Cutileiro no parque Eduardo VII?

Começo eu:
(Mas antes aqui deixo por extenso que estou a brincar, claro, e também a criticar as porcarias que têm vindo a pipocar pelas nossas cidades, cada vez mais, cada vez mais básicas.) (Desculpem, tenho de repetir, por causa dos mais distraídos: não quero trocar a escultura do Cutileiro, de forma alguma! Essa vem do tempo em que havia a preocupação de pôr Arte nas nossas praças, e não bibelots mais ou menos mal amanhados.)
1. Salgueiro Maia fardado, abraçado ao Zé Povinho nu. O Zé Povinho põe-se em bicos de pés e estica-se, inteiramente rendido ao génio. Este põe o olhar no infinito, enquanto apalpa distraidamente o rabo do Zé Povinho.
(escultura em bronze)
2. Umas chaimites, uns soldados, uns miúdos, uma vendedora de flores a dar cravos vermelhos a toda a gente.
(escultura em bronze)
3. A proposta 2., mais a estátua do Zeca Afonso que está em Belmonte (faltava o Grândola na proposta anterior). Tinha a vantagem de livrar Belmonte daquela coisa, juntava-se tudo em Lisboa, só se estragava uma família, a bem dizer.
(escultura em bronze)
4. Barras verticais de diferentes tamanhos, dispostas sobre uma base horizontal, apresentando uma nova perspetiva sobre o diálogo do MFA com o povo e o futuro de Portugal, sugerindo diversas interpretações através da forma e geometria e da sua sobreposição com a cidade, o rio e o horizonte.
(vigas de ferro HA400)
5. Zé Povinho aos ombros de vários soldados, fazendo um manguito a Salazar. Todos vestidos, os soldados têm cravos vermelhos nas armas ou nas mãos.
(escultura em bronze, ou talvez em cerâmica das Caldas)
6. Escultura interactiva, plena de simbolismos: um gigantesco boneco das caldas, com farda de soldado e um cravo vermelho a sair da sua arma. Nas costas, uma alavanca da qual pende uma corda que, se for puxada com toda a força por pelo menos duas pessoas, faz subir aquilo que vocês sabem. Simbolizando que o que começou no 25 de Abril tem de ser continuado por nós, todos os dias, e temos de unir esforços para que não esmoreça.
Agora vou trabalhar, que já se me acabou a pausa do cafezinho. Mas podem continuar à vontade na caixa de comentários.

2 comentários:

Unknown disse...

Concordo com o seu entendimento sobre o descalabro que é a poluição visual do espaço público mas quem manda agora nas ruas é o populismo, não é possível discutir se uma parede pintalgada, uma horrenda escultura ou um atrevido prédio são ou não belos. Parece mesmo um assunto tabu por estas bandas.
Saudações

Helena Araújo disse...

A sério? A propósito do Camilo apalpador distraído, lá no Porto, tenho ouvido toda a gente dizer o que quer.