06 julho 2023

viagem à Bretanha - Brest


A Bretanha estava a ser muito Bretanha na primeira travessia da rada, na primeira manhã daquelas minhas férias. E que me importava a mim? Havia uma livraria Dialogues, onde me desgracei, e havia uma exposição do Banksy nos Capucins onde fiquei a apreciar longamente o humanismo e a ironia - elegante, por vezes poética, por vezes cáustica - das suas intervenções.

Quando cheguei ao fim da exposição, descobri que não vendiam catálogo. Voltei atrás, e fotografei apressadamente, por cima das cabeças dos outros, algumas das imagens. Aqui ficam, para dar uma ideia.

A exposição foi montada em materiais de refugo. A cidade de Brest entendeu que era melhor reciclar, em vez de produzir ainda mais futuro lixo. Era gratuita, mas pediam donativos para ajudar grupos de apoio aos refugiados.



Destroy capitalism:


Crude Oils:





Che:


Nas cidades bombardeadas da Ucrânia:





















Palestina:






Dismaland:








E ainda:




Da exposição via a casa onde morámos seis meses, naquela fileira de casas antigas junto ao precipício, com vista para as docas secas da marinha francesa. O gigantismo das docas torna as casas minúsculas, um cenário surreal. Mas na altura morávamos dentro da casa, era esse o nosso mundo - e eu alegrava-me por acontecer muita coisa em frente à nossa janela. Já que os Capucins e a Rue Saint Malo e todos os outros lugares da vida estavam fechados devido à pandemia.





Numa esquina encontrei um cartaz que me surpreendeu: até a Bretanha tem de poupar água? Até a Bretanha!


No dia seguinte, dissemos adeus à bela janela de Plougastel e aos morangos da terra, e partimos para Morlaix.




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