Trago roubadinho da Enciclopédia Ilustrada um post que me deixou boquiaberta (e a pensar "ai, Fernão de Magalhães, já não és o que eras").
O post é do Fernando Gomes, as conclusões precipitadas sobre o Fernão de Magalhães são minhas.
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O povo rapanui, nativo da Ilha de Páscoa, é oriundo da Polinésia. Os polinésios eram navegadores muito hábeis, que conseguiam orientar-se na vastidão do Pacífico, sem astrolábios, sextantes, bússolas ou quaisquer instrumentos que os europeus consideravam indispensáveis à navegação.
Como a maioria dos navegadores, os polinésios usavam as estrelas como pontos de referência fixos e sabiam que as nuvens imóveis e que a presença de aves e de destroços indicavam proximidade de terra. Contudo, o mais extraordinário foi terem aprendido a interpretar e a fixar os padrões das ondas.
Os polinésios perceberam que algumas ondas, ao atingirem uma ilha, são reflectidas e retrocedem em sentido contrário, enquanto outras são desviadas em determinados ângulos, continuando o curso de modo diferente. A partilha destes conhecimentos era feita através de mapas de varetas construídos com fibras de coco e conchas. Havia três tipos de mapas: rebbelib, meddo e mattang.
Os mattang são mais abstractos: apresentam dinâmicas gerais da relação entre ondulação, vento e ilha/atol. São, por isso, geometricamente mais regulares. Era com estes mapas de padrões básicos que as ondas podem apresentar quando desviadas por terra firme que os jovens polinésios aprendiam a arte de ler os movimentos do oceano.
Não se pense, porém, que os navegadores se limitavam a olhar para a ondulação. A técnica consistia em se agacharem na proa da embarcação, o que lhes permitia sentir no corpo todos os movimentos da canoa.
(Este post foi publicado na Enciclopédia Ilustrada no dia em que o tema era "Ilha de Páscoa")
1 comentário:
Olá, Helena! Se assim foi, até eram muito sofisticados. Parece-me impressionante um mapa de ondas! Um abraço, Raquel
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