De momento, a Alemanha é o único país que recusa excluir a Rússia do sistema SWIFT.
Entende-se: muitas empresas alemãs ficariam assim sem receber o pagamento do que exportaram para a Rússia e, bem mais importante, de um dia para outro a Alemanha deixaria de poder pagar as contas do gás (50% do consumo total alemão), do petróleo (34%) e do carvão (45%) que vêm da Rússia.
Mas se olharmos para o quadro geral - Putin está descaradamente em deriva imperial, e tudo indica que os próximos países serão os estados bálticos - é preciso tomar medidas drásticas agora. E cada minuto conta.
Porque o custo de a Alemanha perder o acesso ao fornecedor de cerca de quase 50% da energia que gasta actualmente é menor que o custo de travar Putin quando ele avançar para o Báltico.
É agora que a Europa tem de mostrar a sua determinação sem deixar margem para dúvida.
Se, para isso, for preciso reduzir o meu consumo energético para metade, aqui declaro que o faço de bom grado. Aceitaria sem protestar as auto-estradas vazias ao fim-de-semana (já aconteceu nos anos 70), reduziria em 4 ou 5 graus a temperatura ambiente na minha casa (ainda assim, não será tão desconfortável como passar a noite numa estação de metro de Kiev), cozinharia apenas uma vez por dia, etc.
Temos de fazer agora mesmo tudo o que for preciso para encurralar Putin de tal forma que ele perceba que o mundo não vai pactuar com as suas tentações imperialistas. E se veja obrigado a recuar.
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