18 setembro 2021

histórias do meu airbnb (no tempo em que havia turistas em Berlim)


Histórias que encontrei no baú do facebook: 1.
Coisas do meu airbnb: pessoas que têm um apartamento com cozinha e terraço enorme ao preço de albergue de juventude, e se queixam que eu não lhes dou toalhas lavadas todos os dias (e duas para as senhoras).
Agora estou a pensar se digo que as toalhas custam 2 euros cada, ou se aviso que quem quiser mais de uma toalha durante a estadia tem de a trazer de casa.
Outras coisas do meu airbnb: pessoas que limpam a maquilhagem, os sapatos, as malas, o caraças às toalhas brancas - e eu depois a lavar aquilo a 90º com lixívia para tentar tirar as nódoas.
Quanto mais experiência com airbnb tenho, mais admiro o pessoal dos hotéis. No airbnb, as pessoas ainda tentam fazer boa figura para levarem boa nota na avaliação final. Imagino esta gente nos hotéis, a fazer o que lhes apetece porque não tem nada a perder.
2.
E também houve aqueles hóspedes airbnb que queriam entrar às oito da manhã e sair uns dias depois às seis da tarde. Disse-lhes que não tencionava tirar os hóspedes anteriores da cama às seis da manhã para o apartamento estar pronto para os receber às oito, e eles pagaram uma noite mais, mas de má cara. Também não era possível sair às seis da tarde porque eu pedi aos que vinham a seguir que entrassem às duas (eu própria ia sair da cidade a seguir), e quando souberam que os outros entravam antes da hora
anunciada para fazer o check in, queixaram-se que eu só abria excepções para os outros, fizeram um banzé desgraçado. Impossível explicar-lhes que eu não fiz uma excepção para os outros, antes lhes pedi o favor de virem mais cedo...
(E depois, metade do dinheiro vai para impostos, snif snif snif. Se o Schäuble ao menos me ajudasse a aturar estes malucos, mas nâo. É só meter o dinheirinho ao bolso.)
3. Atão, vá, para não pensarem que isto é só chatices, uma história engraçada do meu airbnb: no dia do jogo do Champions League (espero que tenha sido isso) aqui no Olympia Stadion tive um casal de polícias catalães, que dormiu, foi ao jogo e de lá seguiu para o aeroporto, para apanhar o primeiro avião da madrugada. Quando eles estavam a sair cruzaram-se com os hóspedes seguintes, dois malaios (ou seriam paquistaneses? já me esqueci) que vinham deixar as malas, iam ao jogo, e depois vinham dormir.
Os malaios apareceram duas horas antes do combinado. Disse-lhes que o quarto deles ainda não estava limpo. Entraram para deixar as malas, olharam em volta, e perguntaram: "quer limpar o quê?!"
Olhei também: os catalães tinham deixado o quarto impecável. Gaguejei: beeem, de facto está muito limpo, mas mesmo assim...
Olharam para mim com um ar incrédulo. Insisti: a casa de banho...
- A casa de banho está perfeita, disseram eles.
- OK, então vou buscar outras toalhas e roupa de cama.
- Roupa de cama? Qual é o problema desta aqui?
- Dormiram pessoas nela!
- Uma noite? Isso é lá motivo para mudar a roupa de cama?!
Foi então que resolvi impor-me e mostrar quem manda. Fiz cara de muita determinação, e disse-lhes:
- Ao menos as fronhas!
Cederam.
(Claro que continuei a mudar toda a roupa do apartamento entre uns hóspedes e outros. Mas fiquei a pensar que há outras maneiras de estar na vida, e são mais ecológicas.)


1 comentário:

Catarina disse...

Trabalho duro esse!!