04 junho 2021

assestar o foco

A propósito de algumas fotos dos lagos do bairro, dizem-me que vivo num lugar mágico, num paraíso.

Permitam-me que esclareça: isto são as redes sociais. Não conto tudo. Foco-me apenas naquilo que é mágico, e depois cada um tira conclusões e estabelece verdades para consumo da casa.

Por exemplo: não contei a ninguém que um dos lagos fede que tolhe, e que ainda na semana passada, enquanto eu fotografava os galeirões, o Fox (que passou alguns dias comigo porque a Christina saiu na carripana para ir festejar o seu aniversário, e como ainda está tudo mais ou menos fechado pediu a uns amigos se podiam fazer campismo selvagem no relvado da datcha deles, em frente a um lago, e eles autorizaram tudo excepto o Fox, por causa de uns gatos que lá vivem), como ia dizendo: enquanto eu fotografava os pássaros e o verde lindíssimo, ouvi um "plof" e era o Fox a cair na margem lamacenta, malcheirosa, cheia de algas esquisitas e sabe-se lá o quê. Ora bem: tive de lhe dar dois banhos, porque a gosma e o mau cheiro não passaram com um banho só.

Mas como estamos nas redes sociais, eu aponto o foco apenas na melhor direcção.

(A verdade - se querem saber tudo - é que na vida real também faço o mesmo. Quero lá saber se o copo está meio cheio ou meio vazio! Se lhe encontrar um conteúdo que seja bom, saboreio com alegria.)



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