Em Berlim aqueceu ligeiramente: seis graus negativos.
Hoje continuou a nevar. O vizinho simpático limpou o passeio pelo menos duas vezes, eu limpei uma. Ao fim de cinco minutos já pouco se notava.
Parece que amanhã vai haver sol. Espero que sim, quero muito sair por aí a tirar fotografias da cidade coberta por uns 20 cm de neve.
E espero que deixe de nevar, porque a partir de amanhã o vizinho simpático começa o seu turno semanal no restaurante. Se houver neve, vou ter de limpar o meu passeio e o dele com a minha pá e a vassoura.
Esta noite Berlim irá aos 15 graus negativos. E o centro da Alemanha irá abaixo dos 25 graus negativos. Vi um camião TIR português nas imagens dos engarrafamentos brutais que houve nas autoestradas na noite passada. Dez, quinze graus negativos, e as pessoas fechadas nos seus carros e nos seus camiões parados. Espero que este camião que vi na TV não seja o daquele simpático condutor que deu boleia ao Afonso Reis Cabral até à Alemanha, quando este tinha 13 anos. Se querem saber mais, vão lá ver o episódio correspondente dos Herdeiros de Saramago, mas o que eu queria mesmo dizer era:
coitadinha da minha figueira afegã, que aguenta até vinte graus negativos (dizia na etiqueta).
Devia ter pensado em embrulhá-la mal a neve ficou mais do que 30 minutos na paisagem. Agora, se calhar, é tarde.
Uma pessoa habitua-se ao aquecimento global, e dá nisto.
(Não, não estou a negar que o aquecimento global existe e é o maior problema que temos, muito mais grave que esta pandemia. Pelo contrário: é justamente por não ter a menor dúvida de que o planeta está a aquecer que achei que não era preciso proteger as espécies do jardim menos aptas para os rigores do inverno. Já há cinco ou seis anos que não tínhamos um inverno assim.)
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