Uma amiga, que frequentemente me enche de beleza a caixa postal, enviou-me tudo isto para o início do novo ano. Gostei tanto que partilho convosco:
C'est
la nuit qu'il est beau de croire à la lumière;
il
faut forcer l'aurore à naître en y croyant.
E. Rostand
De sua formosura
deixai-me
que diga:
é
tão belo como um sim
numa
sala negativa.
Belo
porque é uma porta
abrindo-se
em mais saídas.
Belo
como a última onda
que o fim do mar sempre adia.
é
tão belo como as onda
em
sua adição infinita.
Belo
porque tem do novo
a
surpresa e a alegria.
Belo
como a coisa nova
na
prateleira até então vazia.
Como
qualquer coisa nova
inaugurando
o seu dia.
Ou
como o caderno novo
quando
a gente o principia.
E
belo porque o novo
todo
o velho contagia.
Belo
porque corrompe
com
sangue novo a anemia.
Infecciona
a miséria
com
vida nova e sadia.
Com
oásis, o deserto,
com ventos, a calmaria.
João Cabral de Melo Neto, Morte
e Vida Severina
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