Os tempos que correm: quando vim morar para Berlim, em 2007, as pessoas que queriam ir visitar a cúpula do Parlamento só tinham de subir a escadaria, passar o controlo de metais, entrar no elevador e saborear o prazer de serem bem-vindas no coração do poder político alemão.
Poucos anos mais tarde, devido à ameaça do terrorismo islâmico, puseram uma cerca de metal à volta do edifício, começaram a obrigar as pessoas a inscrever-se previamente e sujeitam-nas a regras apertadas durante o percurso até ao elevador, perante o olhar vigilante de um número relativamente grande de polícias.
Depois do ataque ao Capitólio, o Parlamento alemão começou imediatamente a trabalhar num novo plano de segurança, porque se deu conta de que a medidas para se proteger dos terroristas islâmicos são insuficientes para se proteger dos terroristas nacionais de extrema-direita.
(Desculpem-me a demagogia matinal.)
4 comentários:
Qual demagogia, são ameaças de natureza muito diferente, neste caso um único terrorista ou um pequeno grupo em comparação com uma multidão em fúria, sendo as contra medidas infelizmente necessárias de natureza naturalmente diferente. Mas este "infelizmente" precisa de ser resolvido pois estas medidas dão apenas um tempo para entretanto as forças politico-económicas resolverem as contradições mais gritantes da sociedade que dão lugar ao "infelizmente".
Tive a felicidade de, nos idos de 2001 ou 2002, já não me lembro bem, ter visitado a cúpula com familiares que passaram algum tempo comigo em Berlim, ficando muito admirado que não se estabelecesse diferença entre estrangeiros e alemães (não sei como é nas visitas ao plenário, se é que elas são possíveis).
Mas a bela arquitetura da cúpula (do Norman Foster) transmite bem a imagem que os alemães têm do exercício do poder, ou seja que deve ser transparente...
Viva a Alemanha!
jj. amarante, o meu exercício era demagógico na medida em que fazia crer que as medidas de protecção de terrorismo islâmico são insuficientes para o terrorismo de extrema-direita. Não são insuficientes, são apenas pouco adequadas ao tipo de ataque possível.
Quanto às medidas de correcção: o que queream estas pessoas que invadiram o Capitólio e queriam enforcar Pence? O que as move?
Não tenho nada a certeza que tenham querido anular o resultado das eleições por quererem uns EUA com uma forte Democracia, e com justiça e riqueza para todos.
Jaime Santos,
se bem me lembro, dantes nem sequer nos pediam o bilhete de identidade.
A visita pode fazer-se sempre, mesmo nos dias de plenário.
Já quanto à visita à parte reservada da casa: sei que estrangeiros também podem participar (os alemães têm muito orgulho na sua Democracia, e entendem que é positivo dar testemunho do seu funcionamento), mas não sei se permitem visitas nos dias de plenário.
E toda a arquitectura dos edifícios daquela zona aposta na transparência. A chancelaria, a Paul-Löbe-Haus , a biblioteca do lado de lá do rio...
O meu exemplo favorito são as salas circulares para reuniões, na Paul-Löbe-Haus : as paredes exteriores são todas em vidro, para o povo se sentir próximo das suas comissões parlamentares (ou vice-versa).
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