a Democracia mais antiga e sólida do mundo moderno

As cenas da invasão do Capitólio a que assisti hoje nos canais de TV alemães vieram complementadas com três detalhes de horror:
- a informação de que 70% dos republicanos acreditam que Biden não ganhou as eleições;
- uma jornalista a interromper abruptamente um directo para fugir;
- um grupo de manifestantes a atirar para um monte o material que os jornalistas em fuga não puderam levar consigo.

Já tinha visto jornalistas a interromper entrevistas em directo - mas foi em cenários de guerra.
Quanto ao material dos jornalistas atirado com fúria para um monte: lembrou-me dolorosamente a cena da fogueira de livros dos nazis. 

Se houvesse dúvidas, hoje deixou de as haver: quando um político faz da ostracização do jornalismo uma estratégia para se manter no poder, no fim haverá uma multidão violenta a atirar câmaras e microfones para uma pira simbólica no meio de uma praça. E a soberania do voto popular não é um dado adquirido - é, pelo contrário, algo cuja defesa precisa de permanente atenção. 

Diziam que era a Democracia mais antiga e sólida do mundo moderno.