Na semana passada, enquanto me dava conta dos extremos de boçalidade no ataque ao Capitólio em Washington DC e me debatia com o meu próprio horror, cruzei-me com este vídeo. De repente, como um corte limpo, sobre o lamaçal do Trump ergueu-se esta música: clara, redentora, arrebatadora.
Sem pensar pensei que era preciso dá-la a ouvir a todos, e que seria com certeza possível - ao menos por uns momentos - unir trumpistas, lunáticos, republicanos e democratas em torno desta beleza.
Mas depois lembrei-me dos nazis, que também gostavam muito de Schubert. E que contavam com o poder da "música pura" para unir as massas populares em torno da sua ideologia. E que entendiam que qualquer pessoa decente se consideraria insultada se algum maestro ou músico judeu tivesse o desplante de executar uma peça alemã.
Portanto: suspeito que a beleza não tem o poder de salvar o mundo. Mas aqui vos deixo este Schubert - e salve-se quem puder.
1 comentário:
pode não salvar totalmente mas ajuda muito...
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