08 novembro 2020

lembrar o básico


Não deveríamos perder de vista que a escolha dos EUA não era nem entre candidatos equivalentes, nem entre um candidato muito bom e um muito mau. Era "apenas" entre a anterior normalidade (capitalismo, imperialismo, you name it) e uma degradação brutal do sistema democrático, do respeito pela dignidade humana e dos precários equilíbrios internacionais.
O facto de se temer que um resultado adverso a Trump pudesse causar tumultos armados graves é um sintoma óbvio da mudança que estava em curso nos EUA.

Não há qualquer motivo para acreditar que a dupla Biden/Harris vai mudar o antigo rumo daquele país. Mas vai permitir retroceder nos caminhos fascizantes por onde os EUA se meteram nos últimos anos - e isso já é muito positivo.

Já começaram as vozes de protesto, porque o Biden é assim e a Harris é assado. Pois são - e qual é a dúvida? Porque é que estavam à espera de mais?

Mais preocupantes são as vozes de quem diz que o Trump fez algumas coisas positivas. Por muito positivas que pudessem ser, o preço pago foi demasiado alto: a Democracia vilipendiada.


1 comentário:

Catarina disse...

Antes de ter que sair da Casa Branca - de uma maneira ou de outra ele tem que sair - Trump vai fazer ainda muitos estragos movido pela vingança e pela sua mesquinhez. Muitos estão a prever que a sua voz continuará a ter impacto nos seus seguidores quando deixar o cargo. Os Republicanos não vão facilitar o mandato de Biden.