Ontem, a palavra mágica da Enciclopédia Ilustrada foi "tranquilidade".
Claro que passaram lá o Gato Fedorento a brincar com o Paulo Bento.
A minha participação:
Bem sei que isto vai parecer um lugar-comum, e que devia era ficar caladinha, mas o momento de maior #tranquilidade que tenho para vos contar aconteceu-me há 18 anos, num observatório astronómico em Oakland. Naqueles meses loucos em que quisemos aproveitar tudo o que a Bay Area tinha para nos oferecer antes de regressarmos à Europa, lemos no jornal que o Chabot estaria aberto ao público durante algumas horas do princípio da noite, e fomos lá com os miúdos.
Vimos umas coisecas, ouvimos uma palestra, e quando já estávamos para encolher os ombros e regressar a casa a Christina reparou que havia pessoas a fazer uma fila. Ora bem (ia fazer uma gracinha sobre termos uma costela da RDA, mas adiante): onde há fila tem de haver um motivo forte (ia fazer outra gracinha sobre fenómenos de grupo, como por exemplo açambarcar papel higiénico, mas adiante). Pusemo-nos atrás dos outros sem saber para quê, e quando chegou a nossa vez descobrimos que era para ver a lua por um telescópio prodigioso.
A lua. A imensa tranquilidade das crateras lunares ali mesmo à minha frente. Tão perto, tão presente, tão inteiramente minha que cheguei a acreditar que poderia tocá-la. De repente toda eu era apenas os meus olhos hipnotizados, encantados pelo silêncio e a paz daquele lugar.
Até que uma vozinha disse "agora eu, mãe" - e passei a lua para os olhos dela.
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