08 abril 2020

a solução russa

Como não há dois sem três (enfim, tem dias) e como aquela minha amiga que confessou o seu amor pelo Wladimir Kaminer também informou que pôs a filha dela a estudar alemão por causa destas e doutras, aqui vai a tradução de um terceiro post dele no facebook:


Na Rússia, o presidente reconheceu o perigo da pandemia, e decidiu não seguir nem o caminho asiático nem o europeu, mas o seu próprio caminho russo, e enviou toda a gente de férias a partir da próxima semana, com salário completo. As pessoas não são obrigadas a ficar em casa pasmadas em frente à televisão, podem sair para a natureza, fazer churrascos e festas. Após um modesto pedido do presidente, os empregadores de todo o país concordaram entusiasticamente em assumir os custos destas férias. Em seguida, Putin foi à clínica de doenças infecciosas de Moscovo e, num fato de protecção amarelo vivo, visitou um doente com pneumonia em estado perigosamente avançado. Para o paciente a visita foi uma surpresa, como viria a afirmar na entrevista posterior, dizendo que tinha sido informado com apenas dois minutos de antecedência. Estava prestes a despedir-se definitivamente do mundo, de repente a porta abriu-se e Putin entrou. Levanta-te e anda! disse o presidente, e desapareceu de novo. O homem sentiu-se imediatamente melhor, o teste de Corona deu negativo, e teve alta do hospital. Agora espera-se a visita do presidente em todos os lares onde há pessoas com tosse. Apesar de ter havido uma cura milagrosa, a administração da cidade de Moscovo está muito preocupada. Quase todas as celebrações colectivas foram canceladas, excepto o desfile de 9 de Maio. "Vencemos a pior epidemia do século XX, o fascismo, por isso não vamos meter o rabo entre as pernas perante um vírus qualquer", é a opinião generalizada no Ministério da Defesa. Segundo o ministro, serão tomadas todas as precauções: todos os soldados que participarem no desfile terão as mãos lavadas e a febre medida três vezes por dia. Os convidados estrangeiros que confirmaram a sua participação - Macron, Modi e O'Brien - terão de entrar em quarentena duas vezes, antes e depois. Portanto, nada pode correr mal.





2 comentários:

Lucy disse...

Acho que neste momento até gostava de ser russa:
"férias a partir da próxima semana, com salário completo. As pessoas não são obrigadas a ficar em casa pasmadas em frente à televisão, podem sair para a natureza, fazer churrascos e festas."... Daqui a um mês logo se veria

Helena Araújo disse...

Então, Lucy?
Espero que consigas aguentar bem estes tempos complicados. Um beijinho.