29 março 2020

a importância dos artistas

Monika Grütters, ministra de Estado da Cultura da Alemanha, preparou um pacote de resgate para os sectores cultural, criativo e de media. São cinquenta mil milhões de euros para ajudar as pessoas destes sectores a sobreviver à crise da covid-19.

Traduzo da página do governo alemão:
Segundo a ministra: "neste momento histórico, que até há bem pouco tempo seríamos incapazes de imaginar, a nossa sociedade democrática precisa de manter a sua paisagem cultural e mediática única e diversificada. A audácia criadora dos artistas  pode ajudar a superar a crise. Devemos aproveitar todas as oportunidades para criar algo positivo para o futuro. É por isso que entendemos que os artistas são não apenas indispensáveis, mas também vitais, especialmente no momento actual."

A ajuda federal repousa sobre três grandes pilares para responder às condições específicas de vida e de trabalho dos criativos:

1) As pequenas empresas serão ajudadas a assegurar o seu funcionamento.
2) As condições pessoais de vida serão salvaguardadas.
3) Um grande número de medidas legais individuais tem como objectivo aliviar as dificuldades.

"Conhecemos as dificuldades, conhecemos o desespero", disse Grütters. "O sector cultural, em particular, caracteriza-se por uma elevada proporção de trabalhadores independentes que agora têm problemas existenciais. Tenho, portanto, o prazer de poder anunciar que a ajuda está a caminho - o mais rapidamente e sem burocracias que for possível! Gostaria de agradecer muito sinceramente aos ministros da Economia, Finanças e Trabalho por terem levado em conta as preocupações e os interesses dos artistas e o panorama criativo e mediático que apresentámos. Isso é prova de que o governo federal tem consciência do valor único da nossa paisagem cultural, criativa e mediática.

Mais informações aqui, em inglês.

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E agora um apontamento pessoal:


Uma vez a ministra da Cultura alemã virou-se para trás, viu-me, estendeu a mão e apresentou-se, muito simpática e humilde: “Monika Grütters”.

Achei tudo aquilo muito estranho, porque - no máximo - quem se devia apresentar era eu. Só depois percebi: estávamos ambas na festa de despedida do Simon Rattle, uma festa relativamente privada da Filarmonia, e a ministra deve ter pensado que eu era alguém importante dentro daquela casa da cultura.

Hoje lembrei-me dessa cena: da simpatia e da humildade desta ministra perante as gentes da cultura.

3 comentários:

Minas cap disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Nada disse...

É uma pena que nem todos os paises tenham a mentalidade ou bolsos para tais ajudas. Mas é bom de ver que onde se pode, as coisas são feitas =)

Helena Araújo disse...

Estou a gostar muito de ver acontecer tantas coisas boas um pouco por todo o lado.